domingo, 7 de junho de 2009

Não haverá revolução sem verdadeiros(as) revolucionários(as). Esses e essas são movidos por um grande sentimento de amor


















Na foto acima o autor do poema Agostinho Neto com outros companheiros e comapanheiras angolanos a vitória da Revolução popular naquele país.


Do povo buscamos a força.

Não basta que seja pura e justa a nossa causa.

É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós.

Dos que vieram e conosco se aliaram muitos traziam sombras no olhar

intenções estranhas.

Para alguns deles a razão da luta era só ódio: um ódio antigo

centrado e surdo como uma lança.

Para alguns outros era uma bolsa vazia (queriam enchê-la)

queriam enche-la com coisas sujas inconfessáveis.

Outros viemos.

Lutar para nós é ver aquilo que o povo quer realizado.

É ter a terra onde nascemos.

É sermos livres para trabalhar.

É ter para nós o que criamos

Lutar para nós é um destino,

é uma ponte entre a descrença e a certeza de um mundo novo.

Na mesma barca nos encontramos. Todos concordam, vamos lutar.

Lutar para que? Para dar vazão ao ódio antigo?

ou para ganharmos a liberdade e ter para nos o que criamos?

Na mesma barca nos encontramos, quem há de ser o timoneiro?

Ah as tramas que eles teceram! Ah as lutas que aí travamos!

Mantivemo-nos firmes: no povo

buscamos a força

e a razão.

Inexoravelmente

como uma onda que ninguém trava

vencemos

o povo tomou a direção da barca.

Mas a lição foi aprendida:

Não basta que seja pura e justa a nossa causa.

É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós.

Agostinho Neto em Poemas da Angola


Nenhum comentário:

Postar um comentário