segunda-feira, 29 de junho de 2009

Morre Goffredo da Silva Telles, o jurista antiditatorial

















O jurista Goffredo Carlos da Silva Telles, de 94 anos, morreu na noite deste sábado (27), em São Paulo. Segundo familiares, ele morreu em casa, de causas naturais, por volta das 19 horas. Goffredo foi um dos personagens marcantes da resistência à ditadura militar. Em agosto de 1977, leu a Carta aos Brasileiros, de sua autoria, clamando por democracia.


Goffredo faz a leitura da 'Carta' desafiando a ditadura
O jurista leu o documento histórico de protesto no Largo de São Francisco, centro de São Paulo, diante da tradicional Faculdade de Direito, onde sempre lecionou. A leitura foi acompanhada por uma pequena multidão de estudantes e professores. A Carta aos Brasileiros foi um anúncio do renascimento antiditatorial que ganharia vulto noa anos seguintes.

O enterro será às 16h no cemitério da Consolação. Em 1932, Telles participou como soldado da Revolução Constitucionalista de São Paulo e em seguida mostrou simpatias pelo integralismo. Em 1946, foi deputado constituinte e notabilizou-se, entre outras causas, pela defesa da Amazônia. Entrou para a história, porém, como íntegro impulsionador da resistência antiditatorial.

Desde 1940 era professor de direito na USP, onde lecionou por 45 anos e formou gerações de advogados e juristas. Telles teve um filho com a escritora Lygia Fagundes Telles.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em nota, que a morte do professor e jurista Goffredo da Silva Telles lhe causou profundo pesar. De acordo com Lula, o professor foi um dos ''mais destacados combatentes pela democracia e pelo Estado de Direito da história do Brasil''. Lula lembrou ainda que, em 1932, com apenas 17 anos de idade, Goffredo alistou-se como soldado na Revolução Constitucionalista.

Lula afirmou que o professor lecionou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo, ''conquistando a admiração de milhares de alunos e discípulos, dando lições não apenas de Direito, mas também de humanismo, generosidade e fé na luta por um mundo mais justo e fraterno.''

Nenhum comentário:

Postar um comentário