domingo, 21 de fevereiro de 2010

Linha de montagem.

Dr. Rosinha: Uma história, um partido

Os fatos podem ser mais ou menos relevantes. Podem entrar ou não para a história de um país. Mas, de alguma forma, entram sempre na história de vida das pessoas que deles participaram.

Muitos participam dos fatos e, depois, sequer são citados quando a história é contada. São anônimos perante a história, mas o fato não é anônimo para as suas vidas. Todos têm uma história para contar, uma parte da história, às vezes mínima, sobre sua participação.

Contam, assim, "uma história". E aqui vai uma breve história de um fato que entrou para a história do Brasil.

Até 1980, eu não militava em nenhum partido político. Militava no movimento em defesa da saúde pública e pelos direitos dos médicos residentes. Militava junto aos movimentos sociais de Curitiba. Fazia palestras sobre saúde e direitos de cidadania.

Final da década de 1970. Surge o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes) e o Reme (Movimento de Renovação Médica). Participo de ambos e, como resultado, sou escolhido presidente do Cebes, núcleo de Curitiba, e eleito como suplente para a diretoria do Sindicato dos Médicos do Paraná.

Na mesma época, há grande agitação política e social no Brasil, contra a ditadura militar. No seio dessa mesma agitação, começa o debate sobre a criação de um partido político de esquerda. Participo desse debate entre os militantes do movimento da saúde pública, que já na época discutia a implantação de um sistema único de saúde.

Cria-se em Curitiba e no país um movimento "pró-PT". Tomo ciência da reunião que estava sendo preparada para São Paulo, no dia 10 de fevereiro de 1980. Um dos critérios para participar era ser dirigente de alguma entidade de caráter social, e eu presidia o Cebes. Após algum debate e reflexão, candidatei-me a ir para a reunião.

De Curitiba saiu um ônibus, com pouco mais de 30 pessoas, além de alguns automóveis. Fui de carro, com o advogado Luiz Salvador. Se não me falha a memória, era uma Brasília azul. Para não cometer injustiça e omissões, não citarei o nome dos paranaenses que conhecia ou que conheci depois e que lá também estavam.

No dia 10 de fevereiro de 1980, há 30 anos, o PT ganhava vida e começava a entrar e a criar a história do nosso país. E eu comecei a vida política partidária e a ter uma história para contar.

Não há espaço aqui para relatar tudo o que carrego daquele dia. Mas posso registrar que havia, no olhar de todos os presentes no Colégio Sion, líderes ou não, o brilho da esperança de construir um novo país. Com a participação efetiva dos trabalhadores, sob o marco do socialismo, palavra que, naquele momento, de ditadura, não poderia estar escrita. Construir uma força política organizada e autônoma, com a participação de trabalhadores e trabalhadoras. Enfim, um partido de massas.

Participei de todas as fases de construção do PT, que, aliás, não foram fáceis: filiar pessoas para legalizar o partido; eleição de 1982, com o voto vinculado, cujo resultado gerou uma crise no partido; perseguição a militantes com demissões ou não contratação para trabalhar. Superamos os obstáculos com muita solidariedade.

Ao comemorar 30 anos de PT, posso dizer que me orgulho por ter participado dessa história, e de ter uma história para contar. Posso afirmar que, em parte, o Brasil é o que é hoje graças ao Partido dos Trabalhadores. Não nego a história dos outros, mas foi o PT o principal partido a sair às ruas para exigir a democratização do país, e o primeiro a levantar a bandeira da eleição direta para presidente.

O PT conseguiu dar voz e vez aos explorados e oprimidos. E é do PT o presidente que faz hoje o melhor governo da nossa história. E este é apenas um fragmento de uma grande história, ainda em curso.

Dr. Rosinha, médico pediatra, é deputado federal (PT-PR).

No 4º Congresso do PT com a ministra Nilcéia Freire.

O PT tem lado e sabe o que o quer para o Brasil, diz Lula na posse do novo DN

"Aqueles que queriam acabar com a nossa raça, hoje estão se acabando". Com essa afirmação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a força da militância do Partido dos Trabalhadores que comemora 30 anos de fundação, durante o ato de posse dos novos membros do Diretório Nacional do partido.

O ato ocorreu na noite desta sexta-feira (19), dentro da programação do IV Congresso realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, quando foram empossados o novo presidente José Eduardo Dutra e os 81 membros do novo DN .

Lula lembrou os momentos difíceis vividos pelo partido em três décadas de existência e destacou que a firmeza ideológica faz com a militância petista supere o "medo de turbulências". "O nosso partido tem lado e sabe o que quer para o Brasil. Nestes 30 anos nós construimos o maior paradigma de esquerda existente em um país democrático. Aprendemos a construir uma convivência democrática interna e hoje praticamos essa convivência com outras forças políticas aliadas", disse o presidente.

Ele destacou ainda as disputas internas do PT como um exemplo para o mundo. "A grande virtude do PT é o debate de idéias na disputa interna entre as várias correntes do partido e esse aprendizado precisa ser socializado e repartido pelo mundo", afirmou Lula

Lula reforçou também a importância do PT para a integração política na América Latina. "É importante que a gente faça no próximo período uma amarração com partidos e movimentos sociais de países latinoamericanos para que possamos ter uma verdadeira integração, política e ideológica. Existem duas coisas que eu quero fazer após deixar a presidência: trabalhar fortemente por essa integração e atuar para uma integração maior da América Latina com a África", enfatizou.

Primeiro presidente da história do PT, Lula finalizou sua fala saudando o novo presidente José Eduardo Dutra: "Vocês todos vão se orgulhar muito deste companheiro na presidência do partido".

Também o vice-presidente José de Alencar participou da cerimônia que contou ainda com a presença de ministros petistas, parlamentares, lideranças políticas de partidos aliados, além dos 1.350 delegados e delegadas participantes do Congresso e demais militantes petistas.

Alencar também deixou uma bela mensagem à militância petista e afirmou que o PT é "uma escola política de comportamento admirável". Ao mencionar a ministra Dilma Rousseff, que será indicada neste sábado (20) como pré-candidata do PT à Presidência da República, ele afirmou que a sua principal qualidade é a grande bravura e que a ministra tem todas as qualidades para assumir a presidência do país.

O deputado federal Ricardo Berzoini, que deixa a presidência do partido, fez um resgate histórico das dificuldades e vitórias políticas vividas pelo PT nos seus 30 anos de história e convocou a militância para enfrentar o grande desafio de dar continuidade à luta em 2010.

O presidente empossado, José Eduardo Dutra, fez um discurso emocionado durante o ato de posse. "Eu assumo o compromisso de não ser o presidente da tendência A, B ou C, mas sim como presidente de todo o conjunto do partido", afirmou. REle fez uma homenagem a todos os presidentes da história do PT mencionando os estilos, os desafios e a contribuição política de cada um deles, de Lula a Berzoini, passando por Olívio Dutra, Rui Falcão, Luiz Gushiken, Tarso Genro, José Dirceu e José Genoíno.

Dutra também destacou as tentativas dos adversários em tentar destruir o PT. "Eles não conseguiram acabar com a nossa 'raça' porque a nossa raça é forjada no suor de milhões de trabalhadores de todas as regiões do país, na luta dos seringueiros da Amazônia, no sangue derramado por Chico Mendes e de milhares de companheiros que dedicaram a sua vida à causa da liberdade, pela democracia e ao socialismo", ressaltou.

Ele encerrou sua fala reafirmando que o PT irá eleger em 2010 a primeira mulher presidente da República da história do Brasil.

O encerramento do ato de posse foi coroado com a chegada de um grande bolo simbólico em homenagem aos 30 anos do partido e todos os presentes cantaram Parabéns pra você juntamente com o presidente Lula e os convidad

Para continuarmos construindo Um Brasil mais justo e fraterno. Dilma pré-candidata do PT.

Mensagem ao IV Congresso Nacional do PT

O Partido dos Trabalhadores, em seus trinta anos de existência, jamais ocupou um papel tão decisivo para a renovação da esquerda mundial quanto agora. E, desta forma, precisa compartilhar uma profunda reflexão, em escala global, com todos aqueles movimentos e partidos que identificam o futuro da democracia com o futuro do socialismo. Isto implica em conceber o PT como partido que governa, nas condições e limites do presente, e que transforma a sociedade ao governar, mas, implica, igualmente, em reafirmá-lo como um partido de luta e de movimento por uma sociedade diferente da sociedade desigual em que vivemos. Portanto, implica em conceber o PT como um partido que faz da sociedade civil o seu espaço de construção democrática de uma nova sociedade que supere as intensas desigualdades, e de um novo Estado comprometido intensamente com a sociedade, afastando-se da concepção de Estado a serviço dos seus detentores e das elites econômicas e sociais. Por isso é que reafirmamos a nossa natureza de partido socialista, construtor de uma nova democracia, participativa, republicana, plural, e de uma nova sociedade mais igualitária e mais harmônica com a natureza.

Eleger Dilma e aprofundar a Revolução Democrática

A unidade do partido em torno da candidatura da companheira Dilma Rousseff será o momento mais elevado da nossa convergência militante, e poderá levar a primeira mulher à presidência da República. Um novo governo do PT será a continuidade das transformações econômicas e sociais iniciadas pelos dois governos do presidente Lula, e uma oportunidade para avançarmos naquelas áreas nas quais ainda não realizamos plenamente nosso projeto histórico, superando limites que em oito anos ainda não pudemos superar. Consolidar nossos laços com o movimento social e amplas parcelas da população são tarefas indissociáveis da eleição da companheira Dilma.

O aprofundamento da Revolução Democrática e a continuidade das transformações em curso na América do Sul relaciona-se intimamente com nossa vitória. A esquerda brasileira deve caminhar unida neste embate contra as forças neoliberais e conservadoras nas eleições de outubro. Eleger uma bancada na Câmara e no Senado ainda mais forte e governadores afinados com nosso projeto nacional também é uma tarefa central para o partido nas eleições deste ano.

Incorporar à estratégia do PT novos setores sociais

Os movimentos sociais tradicionais de luta pela terra, por moradia, lutas dos trabalhadores, das fábricas e dos demais setores assalariados por melhores condições de vida e salário constituem, não somente bases sociais decisivas para estas mudanças mais profundas que almejamos, mas também uma importante base política para a sustentação material de um novo modelo econômico, que considere a grande importância e o potencial do nosso mercado interno.

Mas, o PT precisa incorporar à sua estratégia os novos setores sociais que viram em nossos governos a perspectiva de realização de antigas e históricas aspirações, em especial aquela larga parcela da sociedade, diferente do proletariado e dos setores que se articulam nos chamados movimentos sociais, que não tem formas próprias de organização para defesa de seus interesses, e que espera de um Estado protetor a superação de suas dificuldades e sua inclusão social. Por isso, não é de se estranhar que sua identidade tantas vezes se deu, e em certas circunstancias ainda pode se dar, com os representantes da direita conservadora e autoritária na política brasileira. Consolidar nestes setores a mesma identidade com as idéias básicas do PT, que se obteve nos movimentos tradicionais organizados, eis um dos grandes desafios da atualidade.

Também o PT precisa incorporar à sua estratégia não só os novos e novíssimos movimentos sociais, como também as novas redes de solidariedade e informação que fluem pela internet. Além disso é necessário que o partido se dedique a compreender as demandas das novas classes de trabalhadores – classes médias e também de baixos rendimentos – que emergem de forma cada vez mais potente, por fora do sistema produtivo tradicional.

Trata-se de englobar, portanto, mais além dos trabalhadores assalariados tradicionais, o novo mundo do trabalho, autônomo juridicamente, mas dependente, que surgiu e vêm crescendo nos últimos trinta anos, inclusive, as novas categorias de trabalhadores da vanguarda tecnológica, cujas formas de inserção nos serviços e na produção, originam um novo mundo do trabalho. Esta tarefa encontra-se no centro da estratégia de um partido mergulhado nas preocupações do tempo presente.

Para isto, nosso partido deve recriar sua vida interna, sua gestão administrativa interna, suas práticas no governo, e, também, criar novos processos de formação da sua opinião dirigente, ciente de uma nova sociedade no seu entorno.

Assim, para o desenvolvimento econômico nacional, deve considerar em sua estratégia, as novas formas de produzir da economia solidária, o papel destacado das micro e pequenas empresas, os novos grupos empresariais que perseguem os mercados com responsabilidade ambiental, em especial, aqueles vinculados à produção e a pesquisa para a produção de energia limpa, a comunidade científica e tecnológica que produz novos conhecimentos e inova o fazer. Todos estes segmentos podem ser integrados positivamente num projeto de nação, cujo novo conteúdo só pode ser realizado a partir de uma interdependência cooperativa com soberania, a par da universalização do acesso à educação de qualidade e do acesso à cultura com seu profundo sentido emancipador. Indispensável que, nesta disputa para a construção de um projeto nacional o país possa contar com grandes empresas públicas, com avançados centros de pesquisa, e com associação de empresas e centros públicos de pesquisa com empresas privadas brasileiras, que fortaleçam a economia nacional no cenário global.

Uma esquerda renovada

A renovação da utopia socialista neste inicio de século demanda ainda um esforço permanente em favor da renovação da política. A reinvenção de uma moral política adequada a uma ética universal, com base nos princípios de justiça, igualdade, liberdade, democracia e república, que alimente as grandes transformações no século 21, é um dos grandes desafios da esquerda mundial hoje, que ainda não superou a chamada “crise das ideologias” do final do século passado.

Mesmo diante da avassaladora crise que se abateu sobre a economia global, a esquerda no mundo não foi capaz de passar à ofensiva, a partir da reconstrução de um projeto histórico das maiorias. Honrosas exceções têm sido o Brasil e parte da América Latina, ainda que a esquerda tenha experimentado um importante revés, recentemente, no Chile.

A renovação da política, em nosso país, passa pelo enfrentamento radical das raízes históricas do patrimonialismo, do clientelismo, do messianismo e do populismo, que ainda incidem sobremaneira na conduta de nossas elites políticas. Qualquer partido estará sujeito a sucumbir diante da poderosa força de atração que possui nossa ultrapassada estrutura política, erguida para assegurar os grandes interesses e bloquear as alternativas de poder democrático. Portanto, uma profunda reforma política será decisiva, na esteira da legitimidade política construída com mais uma vitória nacional com a companheira Dilma.

Renovar a política é também renovar os políticos e, neste sentido, o reencontro do PT com as aspirações da juventude brasileira é um passo decisivo. Mas este reencontro somente será possível se recuperarmos, com força, a idéia de que uma conduta ética, republicana, democrática não somente é possível, como também urgente. E não será preciso aqui ressaltar o quanto uma pratica política renovadora nos dias atuais se combina, organicamente, com o respeito ao meio ambiente e a defesa do planeta e da sustentabilidade de seus recursos naturais.

A reação ao 3º Programa Nacional de Direitos Humanos reacende o debate acerca de um amplo conjunto de bandeiras históricas de nosso partido que, em muito, tem a contribuir com a renovação do pensamento e da prática política da esquerda neste início de século. O debate aberto pela SEDH e conduzido corajosamente por nosso companheiro Paulo Vanucchi, não deve esgotar-se nos termos apresentados pela Conferência Nacional de Direitos Humanos. É preciso aprofundar ainda mais os temas propostos e não sucumbir às pressões que visam bloquear, de forma autoritária, o debate democrático na sociedade.

Reformar o PED para renovar o PT: a nossa Reforma Política

Temos hoje no partido, senão um consenso, ao menos, uma ampla maioria em torno da idéia de que o atual modelo do PED se esgotou. Sem perder a essência democrática da consulta direta aos militantes do partido, é preciso reorganizar o atual modelo de disputa, sob o risco de cristalizarmos internamente os mesmos vícios do sistema político tradicional que pretendemos transformar.

Desta forma, a Mensagem ao Partido pretende, neste Congresso, abrir um debate franco com as demais posições do partido visando a elaboração de bases para uma “Reforma Política interna”.

Em nossa opinião, esta reforma passa necessariamente pela sustentação da concepção de partido que está presentes nos princípios fundadores do PT e que precisam ser atualizados, e na reafirmação do papel de cada filiado/a na construção da história, valorizando a individualidade como momento de liberdade, que não pode, no campo das ideias e opiniões, ser submetida a pressões materiais, morais, ou políticas.

A democracia no PT começa com a garantia de igualdade dos seus filiados, tornando-se uma vontade coletiva que se realiza pelo convencimento, pelo argumento, pela mobilização consciente. O PT abomina qualquer medida ou procedimento que coisifique as pessoas e as reduzam a instrumentos de perpetuação de poder ou de privilégios. O PT deve ser reafirmado, e este é um de seus princípios fundadores, como uma associação livre de homens e mulheres, conscientes e comprometidos com a universalização de direitos e que luta contra qualquer tipo de opressão e manipulação, seja a que título for.

Como contribuição para uma reforma mais ampla pensamos que é necessário um posicionamento do Congresso em relação a pelo menos 3 aspectos:
- garantir crescimento das filiações com o simultâneo fortalecimento do PT: a filiação é um compromisso com o PT, por isso será precedida de formação e expressa aceitação dos direitos e deveres do filiado/a;
- garantir a independência do PT: nosso partido é sustentado principalmente pelo esforço organizativo e financeiro dos seus filiados, o que torna a participação e a contribuição financeira princípios e compromissos fundamentais da construção partidária socialista;
- garantir o PED como momento decisivo da democracia partidária: no qual a soberania de cada filiado/a seja respeitada, assim como o pluralismo, as regras contidas no Código de Ética (vedação de qualquer mecanismo de tutela de chapa ou de governos sobre filiados), criação de “instância eleitoral específica” e definição prévia do colégio eleitoral.

Entre as várias medidas necessárias estão: a adoção de um tipo de financiamento público das campanhas do PED, um fundo que garanta condições mínimas de igualdade para as chapas e candidaturas concorrentes; que as chapas e candidaturas passem a prestar contas publicamente e registrar doações individuais e que estas sejam reguladas; garantir como tarefa afeta aos organismos partidários facilitar o acesso dos filiados/as aos locais de votação, afastando a prática clientelista do transporte de eleitores pelas chapas. Um partido de massas e popular como o PT deve, de fato, enfrentar este debate e equacionar temas deste tipo que estão se manifestando hoje como elementos de distorção da democracia interna. O que não podemos é ignorar a questão e deixar que o poder econômico, o poder dos governantes e relações clientelistas regulem as relações partidárias.

É também necessária a instituição de uma Comissão Superior Eleitoral, composta por militantes experimentados, com mandato mais longo do que o das direções partidárias. Esta é uma necessidade imperiosa de um partido que pretende institucionalizar suas praticas democráticas. Não é razoável que as comissões eleitorais, que decidem sobre o interesse das chapas em disputa, sejam compostas da mesma forma que as instâncias de direção. É preciso um órgão atemporal, para resolução de litígios, com imparcialidade e acúmulo necessário ao bom funcionamento de nossa vida democrática.

São estas contribuições que a Mensagem ao Partido vem apresentar neste 4º Congresso, ciente dos imensos desafios que se apresentam neste ano de importantes definições para o futuro do Brasil e da América Latina.

Viva o PT!

Brasília, 19 e 20 de fevereiro de 2010.

Para Consolidar e aprofundar o projeto Democrático e Popular. Dilma presidente.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

É um prazer contribuir com o PT na sua combativa e vitoriosa tragetória.

4º Cogresso Nacional do PT.

Notícia de terra civilizada.













Era uma vez um cara do interior
Que vida boa, água fresca e tudo mais
Rádio notícia de terra civilizada
Entram no ar da passarada
E adeus paz
Agora é vencer na vida
O bilhete só de ida
Da fazenda pro mundão
Segue sem mulher nem filhos
Oh! Brilho cruel dos trilhos
Do trem que sai do sertão
E acreditou no sonho
Da cidade grande
E enfim se mandou um dia
E vindo viu e perdeu
E foi parar por engano
Numa delegacia
Lido e corrido relembra
Um ditado esquecido
Antes de tudo um forte
Com fé em Deus um dia
Ganha a loteria
Pra voltar pro Norte

Belchior.

O governo Cid e "o cabo de guerra".

A metáfora de que a conjuntura cearense é um “cabo de guerra” serve para definir bem a minha opinião sobre a mesa. De um lado o povo, o Brasil que emerge com a chegada do PT e aliados ao governo (não ao poder, pelo menos em parcela dele), os movimentos sociais, a inversão de prioridades enfim um projeto socializante de poder. Do outro lado FHC, Tasso, Serra, Malan, Aécio, o monopólio das comunicações, a concentração de renda, saber e poder.
No ceará iniciamos essa transição com muita luta e resistência ao período neoliberal que durou quase duas décadas, com privatização da Coelce, BEC, desmonte do serviço público, demissão de servidores, concentração de renda e desenvolvimento tímido e concentrador na Região metropolitana de Fortaleza. O governo Cid simboliza essa transição para o Ceará alinhado com o projeto nacional liderado por Lula, com a ação efetiva do Estado para suprir e atuar fortemente na superação das desigualdades. É inegável que essa transição está em curso. Ela tem como marco inicial a vitória de Luizziane em 2004 para prefeitura de Fortaleza. Com essa as elites não contavam. E o melhor diferente de 1985, o projeto se consolida com a reeleição a petista que aglutinou uma importante força aliada da base do governo Lula que aprofunda cada vez mais a derrota da direita cearense em especial dos "novos donos do poder no Ceará", cuja maior expressão é o senador tucano neoliberal Tasso Jereissati.
O ritmo, os símbolos e sujeitos que caracterizam (inclusive na fala política de suas principais lideranças) esse processo de superação da “Era Tasso” é verdade ainda precisam de melhor demarcação e clarificação diferenciadora dos projetos. O povo clama por essa clareza e às vezes é implacável com uma nitidez pouco demarcadora, sobretudo na “fala política” de que lado ou quais os objetivos que um projeto quer alcançar. Na forma como se dá e pelos sujeitos essas diferenças se evidenciaram mais na medida em que a luta entre os dois projetos que acontece cotidianamente em todos os espaços da sociedade, na base, nos embates feitos pelo povo, no enfrentamento com as elites e sua lógica de dominar, alienar e se perpetuar no poder se torne mais frenético forçado a cada elemento desse rico e complexo processo definir o seu lado, tomar partido. Isso é inevitável.
Essa ruptura por seus elementos, simbólicos e principais atores não é algo simples, mas é necessária. É louvável o governador Cid demonstrar essa opção e ter feito a aliança que o elegeu preferencialmente com o PT. Portanto o PSDB foi derrotado, deveria está na oposição. Não está, tenta ainda ser o que não é na realidade. São os momentos finais de uma equação que não se fecha e fruto também da deformação absurda da nossa representação política que cria esses fenômenos. Tasso vem sendo derrotado paulatinamente, só não enxerga quem não quer. Mas os laços ou o laço que ainda liga esse velho período com o novo exigido pelo povo são chamados a se posicionarem de forma mais objetiva que antes sobre pena de que a história arraste em suas impiedosas águas junto com os entulhos do passado forças potencias construtores de outro modelo. O que por vacilo ou relações limites de classe (em não posicionarem em momentos como esse) significaram o apego ao passado.
Alguns ainda tentam reavivar o que o povo já supera no embate social político e ideológico vigoroso em curso no país.
É um verdadeiro “cabo de guerra” (o fiel que divide a corda ao meio) ainda tenta unificar dois lados se opondo inevitavelmente. Não permanecerá por muito tempo aliás, ou opta por um ou outro ou será pela força de um dos lados, nesta quadra tem prevalecido à força do povo e não das elites.
Na ultima quinta na posse de Luizianne na presidência do PT ficou evidente que o time de um novo país e que no governo Cid puxa a corda para o lado do povo (e sinceramente acho que assim também pensa o governador) cabo veio bem mais para esquerda, para o campo progressista. Deve prevalecer à força do povo, da base aliada do governo Lula. No palanque de quinta, ficou claro a necessidade de paciência para acertarmos os ponteiros da nossa unidade no plano nacional. Também ficou evidente e necessária a presença de outro potencial candidato ao senado (dois fortes candidatos da base aliada do governo Lula) nessa unidade, torna muito forte a chapa do lado “esquerdo da corda” e puxa definitivamente para a esquerda, pondo a possibilidade concreta de estabelecermos o ocaso do período neoliberal em terras patativenses derrotando em sua tentativa de reeleição o seu símbolo maior o senador neoliberal, apoiador de FHC e implacável oposicionista ao governo Lula Tasso Jereissati.
Portanto uma aliança desse campo e uma chapa que seja ocupada por essas forças tem amplas chances (não subestimemos os resquícios neoliberais) de impor uma derrota, se não definitiva, significativa em um modelo que legou ao nosso estado, concentração de renda, desigualdade e avanços parcos diante da divida social enorme que temos como milhões de irmãos cearenses que ainda sofrem com a lógica que herdamos e que estamos dando um salto para superá-la seja por conta do coronelismo dos sertões ou dos novos ricos aculturados e anti-povo que fizeram e fazem da miséria do povo o alimento das suas riquezas e a sustentação da sua opulência, arrogância e autoritarismo.

O cartaz diz tudo. Extraordinário.

Em homenagem aos 30 anos do PT.

Olha para o céu: tira teu chapéu
Pra quem fez a estrela nova - que nasceu
Traz o teu sorriso novo espacial
Pra quem fez a estrela artificial
Eu sei que agora a vida deixa de ser vã
Pois há mais luz na avenida
E mais um astro na manhã
Quem volta do seu campo,ao sol poente, vem dizer
Que a estrela é diferente e faz o trigo aparecer

Olha para o céu: tira o teu chapéu
Pra quem fez a estrela nova - que nasceu
Não é pra São Jorge, nem pra São João
Pois não é outra lua e não é balão
Quem mora no Oriente não vai se incomodar
Ao ver que no Ocidente a estrela quer passar
Não há mais abandono nem reino de ninguém.
Se a terra já tem dono, no céu ainda não tem
Por isso vem; deixa o cansaço, apressa o passo
E vem correndo pro terraço e abre os braços
Para o espaço que houver
Quem não quiser deixar a terra em que vivemos
Pelos astros onde iremos vai ouvir
Ver e contar tantas estrelas
Quantas forem nossas naves, noutros mares mais suaves
A voar, voar, voar.

Olha para o céu: tira teu chapéu
Pra quem fez a estrela nova - que nasceu
Traz o teu sorriso novo espacial
Pra quem fez a estrela artificial
Eu sei que agora a vida deixa de ser vã
Pois há mais luz na avenida
E mais um astro na manhã
Quem volta do seu campo,ao sol poente, vem dizer
Que a estrela é diferente e faz o trigo aparecer

Olha para o céu: tira o teu chapéu
Pra quem fez a estrela nova - que nasceu
Não é pra São Jorge, nem pra São João
Pois não é outra lua e não é balão
Quem mora no Oriente não vai se incomodar
Ao ver que no Ocidente a estrela quer passar
Não há mais abandono nem reino de ninguém.
Se a terra já tem dono, no céu ainda não tem
Por isso vem; deixa o cansaço, apressa o passo
E vem correndo pro terraço e abre os braços
Para o espaço que houver
Quem não quiser deixar a terra em que vivemos
Pelos astros onde iremos vai ouvir
Ver e contar tantas estrelas
Quantas forem nossas naves, noutros mares mais suaves
A voar, voar, voar,voar.


É quase óbvio que o Belchior não fez essa música para o PT, com certeza que não, mas ela é a cara do PT.

Uma homenagem a saga nordestina no "sul maravilha". Viva o povo brasileiro.

Medo de avião. No "Fantástico".

Fotografia 3X4

Eu me lembro muito bem do dia em que eu cheguei
Jovem que desce do norte pra cidade grande
Os pés cansados e feridos de andar legua tirana...nana
E lágrima nos olhos de ler o Pessoa
e de ver o verde da cana..
Em cada esquina que eu passava
um guarda me parava, pedia os meus documentos e depois
sorria, examinando o três-por-quatro da fotografia
e estranhando o nome do lugar de onde eu vinha.
Pois o que pesa no norte, pela lei da gravidade,
disso Newton já sabia! Cai no sul grande cidade
São Paulo violento, Corre o rio que me engana..
Copacabana, zona norte
e os cabares da Lapa onde eu morei
Mesmo vivendo assim, não me esqueci de amar
que o homem é pra mulher e o coração pra gente dar,
mas a mulher, a mulher que eu amei
não pode me seguir não
esses casos de familia e de dinheiro eu nunca entendi bem
Veloso o sol não é tao bonito pra quem vem
do norte e vai viver na rua
A noite fria me ensinou a amar mais o meu dia
e pela dor eu descobri o poder da alegria
e a certeza de que tenho coisas novas
coisas novas pra dizer
a minha história é ... talvez
é talvez igual a tua, jovem que desceu do norte
que no sul viveu na rua
e que ficou desnorteado, como é comum no seu tempo
e que ficou desapontado, como é comum no seu tempo
e que ficou apaixonado e violento como, como você
Eu sou como você. Eu sou como você. Eu sou como você
que me ouve agora. Eu sou como você. COmo Você.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Imperdivél. Homenagem a Noel Rosa.

Ofensiva imperialista no Afeganistão

Operação dos marines ainda encontra resistência em Majah
Franco-atiradores da resistência afegã atacaram nesta segunda-feira (15) tropas de marines estadunidenses que tentam se apoderar da cidade de Marjah, no sul do país. Este foi o terceiro dia da maior ofensiva da Otan desde a invasão do Afeganistão, em 2001, mobilizando 15 mil soldados, entre americanos, afegãos e britânicos.
Segundo porta-vozes do Pentágono, o avanço da ofensiva é lento devido a "enfrentamentos esporádicos" e disparos dos combatentes do Talibã nos bairros de Marjah. As caravanas de veículos blindados só conseguiram avançar 500 metros, em uma área de vielas, enquanto uma escolta de infantaria protegia os veículos do fogo dos combatentes muçulmanos, apesar de uma eufórica declaração anterior dizer que Marjah e a vizinha cidade de Nad Ali estavam "sob controle".

"Estamos fazendo sólidos progressos, mas sendo muito metódicos na detecção e limpeza das rotas, numa área pesadamente saturada de IEDs", comentou o capitão dos marines Abraham Sipe para a Reuters. IED é a sigla de improvised explosive devices (artefatos explosivos improvoisados), como os ocupantes chamam as bombas afegãs de fabricação caseira.

Por duas vezes as tropas de marines foram detidas por uma pesada barreira de disparos, quando tentavam alcançar um mercado na cidade. Outra coluna militar reportou que foi alvo de três equipes de atiradores postadas em posições distintas.

As baixas fatais, conforme estas mesmas fontes, incluem cinco soldados dos EUA e dois ingleses, assim como 12 descritos como rebeldes e 17 civis. Doze civis foram bombardeados por engano pelo Pentágono – quando dois mísseis se desviaram 300 metros de seu alvo e atingiram uma residência matando os moradores. Outros cinco, também admitidos pelo Pentágono, morreram na cidade de Zhari, também atingidos "por engano" pela artilharia.

Já um porta-voz da resistência afegã, citado pela AIP, disse que 13 soldados estrangeiros morreram e sete ficaram feridos em Marjah desde o sábado, quando começou a operação. Os ocupantes estrangeiros mortos no Afeganistão desde 1º de janeiro somam 74, conforme o site icasualities.org.

Zeina Khodr, correspondente da TV árabe Al Jazira em Cabul, escreveu que a resistência é limitada, mas mostra que os combatentes talibãs ainda operam em Majah. "Embora não se veja, por exemplo, combates corpo a corpo, parece que o talibã não irá embora por enquanto", disse a jornalista.

"As tropas [de ocupação] estão avançando mas num processo lento, pois a área é pesadamente minada por explosivos", disse Zeina.

Marjah fica na província de Helmand, fronteiriça com o Paquistão, e possui 120 mil habitantes, contando a população dos arredores. A região é um centro de cultivo de papoulas, usadas para a produção de ópio e heroína – que voltou a prosperar depois da invasão estadunidense de 2001.

A chamada Operação Moshtarak é considerada como a estréia da estratégia do presidente Barack Obama no Afeganistão. Seu objetivo é controlar a região sul do país, de modo que o governo Karzai consiga se estabelecer. No entanto, conforme a Al Jazira, "o êxito de longo prazo da ofensiva parece depender dela conseguir o apoio da população local, o que será dificultado pela morte de civis".

Momento histórico. Cartola canta para o pai.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Essa diz tudo sobre o "sumiço" do Belchior.

Essa a Rede Globo não gostou.

Quem avisa amigo é

São Clemente

Desponta, na avenida "novamente"
mais um vez vou cantar com altivez
ora, tenha a santa paciência!
Porque tanta violência?
Nosso mundo esta sofrendo!
A fauna e a flora em extinção,
ainda temos esperança
de encontrar a solução
Nosso índio perde a terra
e é massacrado


Negro sofreu com a escravidão,
sonhava chegar o dia da libertação


(oh, mulher!)
Mulher: lute pelos seus direitos,
o tabu da virgindade
já foi desfeito
Crianças encantadas com he-man,
desconhecem as maldades
que em nossa terra tem (E o nordeste?)
O nordeste, tão sofrido e sem amparo,
cidade grande, a polícia e o ladrão,
se defendem contra o monstro da inflação


(liberdade!)
Liberdade! Quero mudar
o seu canal pra outro mundo,
onde não existe guerra,
nem tão pouco marajás
e a paz se faz reinar


Se essa onda pega,*
vá pegar n`outro lugar!
Quem avisa amigo é!
São clemente vai passar

* Detalhe, a Globo tinha como vinheta a mensagem "essa onda pega"

Carnaval sem lembrarmos Cartola não é carnaval.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Imagem belíssima da nossa mais original manifestação carnavalesca o Maracatu.

A política cearense e o cabo de guerra.

A metáfora de que a conjuntura cearense é um “cabo de guerra” serve para definir bem a minha opinião sobre a mesa. De um lado o povo, o Brasil que emerge com a chegada do PT e aliados ao governo (não ao poder, pelo menos em parcela dele), os movimentos sociais, a inversão de prioridades enfim um projeto socializante de poder. Do outro lado FHC, Tasso, Serra, Malan, Aécio, o monopólio das comunicações, a concentração de renda, saber e poder.
No ceará iniciamos essa transição com muita luta e resistência ao período neoliberal que durou quase duas décadas, com privatização da Coelce, BEC, desmonte do serviço público, demissão de servidores, concentração de renda e desenvolvimento tímido e concentrador na Região metropolitana de Fortaleza. O governo Cid simboliza essa transição para o Ceará alinhado com o projeto nacional liderado por Lula, com a ação efetiva do Estado para suprir e atuar fortemente na superação das desigualdades. É inegável que essa transição está em curso. Ela tem como marco inicial a vitória de Luizziane em 2004 para prefeitura de Fortaleza. Com essa as elites não contavam. E o melhor diferente de 1985, o projeto se consolida com a reeleição a petista que aglutinou uma importante força aliada da base do governo Lula que aprofunda cada vez mais a derrota da direita cearense em especial dos "novos donos do poder no Ceará", cuja maior expressão é o senador tucano neoliberal Tasso Jereissati.
O ritmo, os símbolos e sujeitos que caracterizam (inclusive na fala política de suas principais lideranças) esse processo de superação da “Era Tasso” é verdade ainda precisam de melhor demarcação e clarificação diferenciadora dos projetos. O povo clama por essa clareza e às vezes é implacável com uma nitidez pouco demarcadora, sobretudo na “fala política” de que lado ou quais os objetivos que um projeto quer alcançar. Na forma como se dá e pelos sujeitos essas diferenças se evidenciaram mais na medida em que a luta entre os dois projetos que acontece cotidianamente em todos os espaços da sociedade, na base, nos embates feitos pelo povo, no enfrentamento com as elites e sua lógica de dominar, alienar e se perpetuar no poder se torne mais frenético forçado a cada elemento desse rico e complexo processo definir o seu lado, tomar partido. Isso é inevitável.
Essa ruptura por seus elementos, simbólicos e principais atores não é algo simples, mas é necessária. É louvável o governador Cid demonstrar essa opção e ter feito a aliança que o elegeu preferencialmente com o PT. Portanto o PSDB foi derrotado, deveria está na oposição. Não está, tenta ainda ser o que não é na realidade. São os momentos finais de uma equação que não se fecha e fruto também da deformação absurda da nossa representação política que cria esses fenômenos. Tasso vem sendo derrotado paulatinamente, só não enxerga quem não quer. Mas os laços ou o laço que ainda liga esse velho período com o novo exigido pelo povo são chamados a se posicionarem de forma mais objetiva que antes sobre pena de que a história arraste em suas impiedosas águas junto com os entulhos do passado forças potencias construtores de outro modelo. O que por vacilo ou relações limites de classe (em não posicionarem em momentos como esse) significaram o apego ao passado.
Alguns ainda tentam reavivar o que o povo já supera no embate social político e ideológico vigoroso em curso no país.
É um verdadeiro “cabo de guerra” (o fiel que divide a corda ao meio) ainda tenta unificar dois lados se opondo inevitavelmente. Não permanecerá por muito tempo alis, ou opta por um ou outro ou será pela força de um dos lados, nesta quadra tem prevalecido à força do povo e não das elites.
Na ultima quinta na posse de Luizianne na presidência do PT ficou evidente que o time de um novo país e que no governo Cid puxa a corda para o lado do povo (e sinceramente acho que assim também pensa o governador) cabo veio bem mais para esquerda, para o campo progressista. Deve prevalecer à força do povo, da base aliada do governo Lula. No palanque de quinta, ficou claro a necessidade de paciência para acertarmos os ponteiros da nossa unidade no plano nacional. Também ficou evidente e necessária a presença de outro potencial candidato ao senado (dois fortes candidatos da base aliada do governo Lula) nessa unidade, torna muito forte a chapa do lado “esquerdo da corda” e puxa definitivamente para a esquerda, pondo a possibilidade concreta de estabelecermos o ocaso do período neoliberal em terras patativenses derrotando em sua tentativa de reeleição o seu símbolo maior o senador neoliberal, apoiador de FHC e implacável oposicionista ao governo Lula Tasso Jereissati.
Portanto uma aliança desse campo e uma chapa que seja ocupada por essas forças tem amplas chances (não subestimemos os resquícios neoliberais) de impor uma derrota, se não definitiva, significativa em um modelo que legou ao nosso estado, concentração de renda, desigualdade e avanços parcos diante da divida social enorme que temos como milhões de irmãos cearenses que ainda sofrem com a lógica que herdamos e que estamos dando um salto para superá-la seja por conta do coronelismo dos sertões ou dos novos ricos aculturados e anti-povo que fizeram e fazem da miséria do povo o alimento das suas riquezas e a sustentação da sua opulência, arrogância e autoritarismo.

O cabo de guerra e a conjuntura.

Pendendo para esquerda.

É carnaval, é folia nesse dia niguém chora. Bom carnaval para todos e todas.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A economia política das drogas

Desde que o Richard Nixon declarou a “guerras às drogas”, nada de fundamental mudou, a não ser as somas milionárias gastas nas campanhas: um trilhão de dólares, deste então. A afirmação é de artigo do The Wall Street Journal, assinado por Davis Luhnow, republicado pelo Valor.

Um mexicano que esteve dedicado a essa luta por mais de duas décadas, resumiu o que cada vez mais especialistas declaram: “Essa é uma guerra que não é possível vencer.” Se dá voltas e voltas e se volta sempre para o mesmo lugar.

Quando um traficante importante é morto ou preso, passa-se a avaliar quem o substituirá, porque os mecanismos do tráfico não são afetados. Um numero crescente de autoridades norteamericanas e mexicanas - segundo o jornalista -, em privado, consideram que o passo mais importante para enfraquecer as operações comerciais dos cartéis mexicanos seria simplesmente legalizar seu principal produto: a maconha, que representa mais de metade da receita dos cartéis.

Não se costumava combater o lado comercial dos cartéis, por exemplo, pelo sistema financeiro. (Recordar que foi por aí que se pegou Al Capone, não por suas outras atividades delitivas.)

Diz-se no artigo que, sem querer, os EUA ajudaram os cartéis mexicanos, porque no fim dos anos 80 e inicio dos 90, reprimiram vigorosamente o transporte de cocaína da Colômbia para os EUA através do Caribe, que era a rota de fornecimento mais barata. Isso simplesmente desviou o fluxo para a segunda rota mais barata: o México. O dado é impressionante: em 1991, da cocaína destinada aos EUA, 50% já entravam pelo México, mas em 2004, já tinha chegado a 90%. Isto é, instalou-se no México um corredor de chegada das drogas àquele que é, de longe, o maior mercado consumidor do mundo, unido à corrupção e à violência já existentes.

Com a mudança dos grandes cartéis – de Medellin e de Cali – para uma profusão de minicartéis, os mexicanos ganharam força, impondo os preços aos colombianos. Cínicos especialistas norteamericanos chegam a cogitar um retorno à rota do Caribe, com o argumento de que é menos grave para os EUA desestabilizar pequenos países do Caribe do que um país com fronteira de mais de 3 mil quilômetros e 100 milhões de habitantes.

Os cartéis mexicanos, considerados hoje os mais fortes do mundo, traficam quatro grandes drogas ilícitas: maconha, cocaína, heroína e metanfetamina. O México tornou-se o segundo maior produtor de maconha do mundo (o primeiro são os EUA), o principal fornecedor de metanfetamina para os EUA, a principal escala para a cocaína da América do Sul e o maior produtor de heroína das Américas. Quando uma mercadoria declina, é compensada pela comercialização da outra.

Os cartéis são – segundo o jornal – a multinacional mexicana de maior sucesso, empregando cerca de 450 mil mexicanos e gerando 20 bilhões de dólares em venda, apenas atrás da indústria petrolífera e da exportação de carros. Um dos seus chefões, Joaquin Guzman, entrou para a lista mundial dos bilionários da Forbes.

Os jovens traficantes de hoje usam ternos Armani, BlackBerrys e malham em academias. O contador de um traficante preso tinha trabalhado 15 anos no Banco Central do México.

A ilegalidade das drogas multiplica brutalmente o seu preço, gerando altos lucros para os que se aventuram ao seu transporte. Um quilo de cocaína no atacado, na Colômbia, custa 1,2 mil dólares, no Panamá 2,3 mil, no México 8,3 mil e entre 15 e 25 mil nos EUA, isto é, uma multiplicação por 20 ao longo do circuito. No varejo das ruas de Nova York, chega perto de 80 mil, elevando o cociente por quase 70 vezes. Com lucros dessa dimensão, o negócio da droga tem todas as possibilidades de se perpetuar, caso seja atacado como foi até hoje.

A legalização da maconha representaria a perda de metade dos lucros dos cartéis. Além de que, menos presos, menos superlotação e contaminação nas prisões.

Postado por Emir Sader

O projeto que essa gente faz parte e representa quer voltar? O povo decide.