terça-feira, 13 de outubro de 2009

"Tsunami em uma tigela" ou colocando as coisas em seus devidos lugares.

Em momento algum nas entrevistas ou em qualquer outro pronunciamento político da prefeita Luizianne Lins observamos alguma atitude que não seja de apoio e reconhecimento da parceria profícua seja política ou administrativa entre a mesma e o governador Cid Gomes do PSB, pelo contrário qualquer interpretação diferente disso não passa de leituras subjetivas que não podem sobrepor de maneira alguma uma leitura política equilibrada e correspondente aos fatos. Por algumas interpretações pessoais já publicadas e expressas nos veículos de comunicação após entrevista concedida por Luizianne no O Povo no dia 9/10, podemos ser levados a acreditar que Luizianne é contra o apoio a reeleição de Cid Gomes, e que está defendendo a candidatura própria do PT mesmo sem antes serem observadas algumas movimentações políticas decisivas para definição do quadro eleitoral de 2010. Portanto criar um clima de “tempestade em “copo d’água” por conta de uma análise conjuntural fiel a posição unânime do seu partido feita por um quadro político e exposta legitima e honestamente diante de um cenário que pode vir acontecer a luz dos fatos postos no atual xadrez político nada mais é que um tremendo exagero.

Outro absurdo são as insinuações de que a prefeita "estaria sendo injusta" com a relação à parceria progressista e de mão dupla com o governador Cid Gomes e o apoio que teve do mesmo quando dentre outras situações enfrentou dificuldades no seio familiar, isso não tem sentido não cabe e chega a ser desonesto. A relação entre o governador e a prefeita é de respeito, solidariedade e, sobretudo de transparência. A companheira Luizianne (vejo em Cid Gomes algumas dessas características) é de uma geração de políticos cuja franqueza, a coerência, o senso coletivo e a sinceridade em dizer o que pensa pode até surpreender aos que não estão acostumados com esse fazer político que a meu ver deve ser o correto e é tão constantemente cobrado corretamente pelos formadores de opinião.

Estamos tratando de uma possibilidade política que se concretizada colocará o PT diante de algumas contradições que exigirá dele (PT) um posicionamento objetivo. Não é fácil também para o governador, que também tem que se posicionar. Cid Gomes, aliás, já vem se posicionando sobre o assunto, já afirmou que apóia independente de qualquer coisa Ciro Gomes (PSB) caso o mesmo seja candidato a presidência. Negar ou não reconhecer que a candidatura de Ciro Gomes mexe no tabuleiro da sucessão no Ceara em 2010 é um erro crasso. Não só por conta de uma provável disputa com a candidata do PT a presidência, o que em si já traria algumas dificuldades, mas, sobretudo pela relação política intrínseca do deputado Ciro Gomes com o senador neoliberal Tasso Jereissati (PSDB), cujo governo Cid Gomes é a antítese. Esse é o debate principal.

É essa a posição de todas as forças do PT, todas. Todas elas votaram na resolução que reabre o debate diante da candidatura de Ciro Gomes a presidência, quem disser o contrário estará faltando com a verdade. A provável candidatura do PSB a presidência (de Ciro principalmente) altera a conjuntura eleitoral em 2010 no Ceará e não só o PT como todas as outras forças políticas irão se posicionar diante dos fatos objetivos no tempo e na hora necessária. Ciro como nenhum outro brasileiro (a) não está com sua candidatura homologada por motivos óbvios inclusive os prazos legais. “Muita água ainda vai rolar por baixo da ponte” até o prazo limite das convenções, portanto, acho que há uma tempestade em um copo d’água. Luizianne não fez nada mais nada menos que expressar o que já foi feito várias vezes por outros companheiros e companheiras que é a resolução partidária. Teve até quem que escrevesse no final de semana que Luizianne não defendia nem a candidatura de Ciro para o governo de São Paulo um serviço a desinformação. Luizianne deixa claro na entrevista que é importante Ciro ser candidato a governador em São Paulo para derrotar o PSDB, essa posição está expressa cabalmente na entrevista transformada em um “tsunami em uma tigela”.

Quem traduz a entrevista e assim não a interpreta está fazendo de forma equivocada. O que a prefeita colocou e ela pertence a um partido, que tem que se posicionar diante de novos fatos na conjuntura. É de que, caso Ciro Gomes saia candidato á presidência é provável que o PT tenha que avaliar a sua resolução que aponta para o apoio a reeleição de Cid Gomes no palanque da sucessora petista do presidente Lula e dos dois candidatos ao senado da base do governo Lula. Não há nenhuma motivação gerada por uma crítica as relações administrativas, ou veto ao governador Cid Gomes, de maneira alguma, pelo contrário, a prefeita Luizianne defende a reeleição de Cid Gomes e reconhece publicamente e internamente no partido os avanços do seu governo, qualquer interpretação contrária a isso de fato é uma interpretação, aliás, bem distante da realidade e carregadas ilações imprecisas e em certo ponto maldosas.

Cid Gomes faz um importante governo de superação do período neoliberal no Ceará, como faz o presidente Lula no Brasil cada um a seu modo e ao seu tempo e dentro de contextos políticos com algumas semelhanças e algumas naturalmente algumas diferenças.

O único fator que poderá altera essa conjuntura e que passa por uma decisão coletiva do partido é Ciro Gomes ser candidato a presidência da república, por motivos óbvios, Ciro Gomes tem uma aliança que parece inquebrantável com o senador neoliberal tucano Tasso Jereissati, que provavelmente a convite de Ciro Gomes (que já declarou apoio a reeleição de Tasso ao senado) esteja em seu palanque. O que a meu ver vai de encontro ao que significa o governo Cid Gomes, que mesmo contando com o apoio do PSDB o derrotou nas eleições e tem uma aliança governamental onde o PT e as forças de esquerda hegemonizam o governo. Portanto não se trata de questões pessoais, de falta de gratidão ou de tratar de forma deturpada na “tradição da manchete espetacularizada” (muitas vezes fora do contexto) uma questão que é meramente política.

Tentar separar a dirigente petista Luizianne Lins (como qualquer outro) das posições partidárias é no mínimo um equivoco cometido dos que tanto cobram a fidelidade e a coerência com as deliberações partidárias. Aos desavisados é bom lembrar que Luizianne foi decisiva no apoio do PT (aqui por características diferentes em um processo complexo e pela pluralidade do partido e as características do PT imaginem quão difícil foi fazer o partido compreender a necessidade da aliança com um grupo que começava ali seu rompimento com o modelo político e de “desenvolvimento” dos tucanos no Ceará). Nesse caso a família petista, grande, complexa e plural com muitos debates e foi convencida a apoiar Cid Gomes para o governo. O tempo nos mostrou que a opção foi correta com os companheiros (as) que naquele momento optavam por um tradicional partido aliado da esquerda brasileira o PSB.

Luizianne não foi à única dirigente para sermos honesto que defendeu a tese da candidatura do PSB em 2006, mas inegavelmente foi decisiva e importantíssima pelo seu peso social e político para a vitória da base aliada de Lula no Ceará e derrotarmos o PSDB, isso é fato. Pra quem não entende como funciona o PT, pode achar que essa é uma tarefa fácil ou menor. Talvez essa tenha sido uma das decisões mais difícil do petismo no Ceará, desde 1982 que o PT lançava candidatura própria para o governo do estado.

Avaliamos ter sido correta nossa opção, o que não impede de nos espaços corretos se avaliar, sugerir, criticar quando necessário no intuito de consolidarmos essa transição. Por isso mesmo Luizianne e seu grupo elaborou a resolução aprovada unanimemente no PT que aponta a necessidade de sua reeleição de Cid Gomes-PSB em sintonia com o projeto Democrático e Popular no palanque do sucessor (a) petista do presidente Lula a presidência da república em 2010. Ter sido escolhida como candidata praticamente de consenso para presidir o PT não significa um passo na busca de aprofundar esse processo de superação neoliberal no Ceará? Claro que sim. Agora se esperaram de Luizianne alguém que confundisse aliança com aliancismo o fez sabendo que não é essa a postura dessa militante. Luizianne defende a aliança com Cid Gomes e toda a base do governo Lula no Ceará. Costurou brilhantemente em sua reeleição essa alianças (ficando de fora apenas setores da base de Lula que preferiram manter em âmbito local a aliança com o PSDB do senador Tasso Jereissati. O “final dessa história” já conhecemos. Luizianne venceu no primeiro turno.

Cid Gomes apoiou e teve uma importante participação nesse processo, isso sempre foi reconhecido publicamente pela prefeita Luizianne Lins. Cid Gomes como membro do grupo político que tem Ciro Gomes como sua maior referência é bom que se diga de forma coerente e correta é o que mais avança em fazer uma diferencial ao seu estilo e em seu ritmo do modelo político e administrativo dos tucanos. Em 2008 ao apoiar Luizianne na prática demonstrou essa postura. O mesmo não podemos dizer do “grupo político” como um todo, que, aliás, nem todo ele se encontra no PSB(alguns membros importantes foram para o PDT sendo opção do senador tucano para derrotar os aliados de Lula que estavam unificados em torno da candidata petista) o que comprova que as contradições da conjuntura não são privilégios somente do PT. Luizianne jamais deixará de se posicionar diante de fatos conjunturais que não sejam correspondentes aos interesses do PT e a consolidação do projeto Democrático e Popular construído envolvendo integralmente importantes aliados e que está mudando a história do Brasil.

Não precisa ser um gênio para se fazer essa leitura óbvia, que faz Luizianne, a Direção Estadual do PT de forma unânime (e nada de combinado, diga-se de passagem) ou qualquer analista político ou cidadão que minimamente esteja acompanhando o cenário político nacional e faça uma analise política coerente com os fatos presentes e as possibilidades futuras. Outro equivoco é achar que essa é uma orientação de A, B, C ou Z, quem conhece a companheira Luizianne sabe que não é muito afeita a “gurus” a não ser a boa e atual literatura marxiana, tendo a dialética como método de análise submetida logicamente às deliberações coletivas.

Duas candidaturas a presidência da base de Lula causará esse debate em qualquer estado da federação em maior ou menor grau. No Ceará dois elementos traz mais complexidade ao cenário e não podem ser desprezados. O primeiro é que se trata de Ciro Gomes o candidato em questão. Nome de peso e importante da política brasileira e irmão do governador Cid Gomes (nesse caso o componente familiar pesa mais que em outros momentos). O outro é a relação política de Ciro Gomes com o senador Tasso Jereissati. Ciro critica muito fortemente Serra e FHC, mas tem não coloca no mesmo barco o senador tucano cearense, como também alivia a barra de Aécio Neves também do PSDB, ambos deram sustentação ao projeto neoliberal liderados pelo governo FHC e suas experiências nos estados com privatização (inclusive a da Coelce) e todas as mazelas o modelo baseado no "estado mínimo" ditado pelo capital internacional em conluio com a subserviente e anti-povo elite brasileira. Quanto ao PSDB os defensores das causas perdidas do neoliberalismo em terras patativenses, antes de vociferarem toda sua ira contra o PT, o governo Lula e as exitosas administrações petista em Fortaleza e em todo Ceará, examinem os resultados das últimas eleições observarão que paulatinamente o povo vem rejeitando a política das privatizações, seus e suas representantes. O debate é esse, o resto é tsunami em uma tigela.

Antonio Carlos de Freitas Souza
Secretário Geral do PT-Ceará

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Depois da tragédia neolibaral dos tucanos. A vez do povo.

















Imagens recentes das obras do Hopital Regional do Cariri.

Depois de muitos e muitos anos em que o Ceará só tinha (só tem ainda) o velho IJF (hospital que atende grandes traumas e procedimentos de alta-complexidade) e mesmo após quase duas décadas de "tassismo" e seu neoliberalismo "modernizante" é que estão sendo construídos dois grandes hospitais regionais. Só agora no governo Cid Gomes (PSB) por opção e decisão política, estão em obras (Juazeiro) ou em licitação (Sobral) dois grandes hospitais no interior do estado. Não se corrige uma dívida social em dois governos, agora não reconhecer esse mérito é um grave erro. Saúde preventiva, mais hospitais menores (que estão sendo feitos), tudo bem precisa, mas não dar para comparar o período neoliberal de Tasso/PSDB e aliados no Ceará com os três anos somente do governo Cid Gomes. Não adianta dizer também que não precisamos de grandes hospitais que atendam todo tipo demandas, é óbvio que sim, grandes traumas e altas-complexidades se apresentam em todo o estado e é necessário sim desafogar IJF. Corretíssima essa visão do Governo.
Há problemas há, óbvio que há vivemos em uma sociedade capitalista por natureza desigual, mas há uma diferença enorme em comparação ao período de hegemonia quase absoluta do neoliberalismo em terras patativenses. "A perseguição" da CPRV e o disciplinamento do trânsito (os excessos devem ser denunciados sim) não são argumentos objetivos para uma análise ou balanço crítico do atual governo. As acho até despolitizadas, fazer um discurso "só para agradar" dizendo que o que está errado é certo, não faz parte de uma postura coerente e ética que deva nortear nossas ações sejam na esfera pública ou privada.



terça-feira, 6 de outubro de 2009

Para Bergson.












Bergson Gurjão de volta a sua terra natal.
Além do seu pedaço de chão
Ultrapassou todas as outras terras
Onde não coube seu desejo de liberdade
Nessas terras onde a grandeza da vida ainda não se fez plena
Ganhou a eternidade
Onde escreveu com sua própria vida a palavra liberdade
Para todo o sempre
No coração de quem treme de indignação
Diante de qualquer injustiça
Cometida contra qualquer ser humano
Em qualquer parte do mundo.

Bergson Gurjão. Presente

domingo, 4 de outubro de 2009

A Que Florezca Mi Pueblo

Mercedes Sosa

Quiero cantarle a mi tierra
Y que florezca
Dentro del clima mi pueblo
Y su primavera
Inaugurar mil palomas de pan
Y que no mueran
Quiero elevarme en un grito
Y tal vez pueda
Tomar el sol de la mano
Cuando se aleja
Para quitarle la luz y la voz
Mi pueblo espera
Cuando tu te pares a mirar la vida
En el vertice justo del tiempo y la luz
Veras la grandeza del hombre y su dia
Su camino nuevo, su cancion azul
Quiero brotar en la espiga
De la conciencia
Del hombre nuevo que lucha
Por su mañana
Y proclamar su tiempo azul de pie
Dando la cara

Senhor fazei-me um instrumento de vossa paz.

Mercedes Sosa. Presente

Nossa homenagem a Mercedes Sosa. Viva a América Latina. Libre

sexta-feira, 2 de outubro de 2009