terça-feira, 30 de junho de 2009

Honduras: povo continua na rua; militares intensificam repressão

Em Honduras, milhares de pessoas continuam nas ruas em protesto ao golpe de Estado, não acatando o toque de recolher obrigatório. Na capital, acampadas nas imediações da casa presidencial, elas reivindicam o retorno do presidente eleito, Manuel Zelaya, e da ordem institucional. Apesar do caráter pacífico da vigília, o clima é de tensão, já que os militares intensificaram a repressão.

Manifestantes convocaram greve para amanhã

Nesta segunda, os protestos se estenderam a várias cidades do interior do país. De São Pedro Sula, o ativista Alex Ramos informou que crescem as manifestações. Simpatizantes de Zelaya tomaram as estradas que ligam a fronteira da Guatemala com San Pedro Sula, e a maioria das lojas e algumas indústrias da região estão fechadas.
Em outras cidades do país, como El Progreso, também foram registrados bloqueios de estradas e mobilizações. Nas ruas, a população avalia que o clima é tenso.
O movimento na capital - cada vez mais forte - tenta, em vão, dialogar com os militares que se encontram nos arredores da casa presidencial, pedindo que não traiam a sua pátria, contou a colaboradora da Telesur, Adriana Sívori. De acordo com ela, os efetivos militares tentam repelir os integrantes do protesto com a utilização de força.
Eles tentam abrir espaço nas avenidas próximas ao palácio governamental, bloqueadas pelos contrários ao golpe. Dois grupos com 400 efetivos se encontram destacados para a repressão próximos à casa presidencial, em tanques e com armas de guerra e bombas lacrimogênicas, que chegaram a ser utilizadas, durante confronto com os manifestantes. ''Não ao golpe de Estado'', diziam os hondurenhos.
Com a colaboração da polícia, os efetivos do grupo 'cobra' das Forças Armadas vão tomando posição nas ruas onde se mantêm os protestos. Imagens transmitidas pela Telesur, mostram helicópteros sobrevoando a área e manifestantes sendo presos. Até o momento, foram informadas as detenções de sete pessoas, entre as quais, três dirigentes sindicais do Srviço de Energia Elétrica da nação.
Um manifestante hondurenho morreu atropelado por um caminhão militar, nas imediações da empresa de telecomunicação Hondutel, perto da zona de protestos. Segundo declarou o dirigente da federação Unitária de Trabalhadores, Juan Barahona, ele foi fortemente lesionado após o impacto com o veículo e morreu logo depois.
O incidente ocorreu no primeiro dia da resistência convocada pela Frente de Resistência Popular, da qual participam centrais sindicais, organizações campesinas e estudantes. Para amanhã, foi convocada uma greve geral. A iniciativa está sendo organizada pelas centrais sindicais.

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