terça-feira, 2 de junho de 2009

Radioamadorismo. Muito mais que um hobby.











Espécie de trabalhador autônomo das Forças Armadas em resgates em alto-mar, o radioamador Sampaio(foto), de Fernando de Noronha, contribui nas buscas pelos sumidos

André Sampaio recebeu ligação da Marinha solicitando a utilização dos seus equipamentos. Servir de apoio à Marinha e à Aeronáutica em operações de resgate é rotina para André Sampaio.

Aos 59 anos, dono de pousada e restaurante em Fernando de Noronha, possui equipamentos de transmissão de radioamador. Ele auxilia desde as 8h de ontem nas buscas pelo avião da Air France que desapareceu no Oceano Atlântico.Sampaio soube do desaparecimento da aeronave às 8h de ontem, quando recebeu ligação da Marinha solicitando utilização de seus equipamentos. Espécie de trabalhador autônomo das Forças Armadas em resgates em alto mar, o proprietário da Pousada da Morena e do restaurante Morena Cozinha Contemporânea, em Fernando de Noronha, sabia que os afazeres diários ficariam em segundo plano. A seguir, trechos da entrevista:

Zero Hora – Como ocorreu o seu envolvimento?

André Sampaio – Faço radioamador há 30 anos, 22 anos aqui em Fernando de Noronha. Participo no apoio de todos estes desastres. Não é hobby, é para servir ao próximo. Tenho as medalhas Almirante Tamandaré, da Marinha, e Mérito Santos Dumont, da Aeronáutica. Lembra daquele veleiro da África do Sul que naufragou no meio do Atlântico (veleiro Dalkiri, naufragou devido à tempestade a aproximadamente 2 mil quilômetros da costa do Rio de Janeiro, em maio)? Quem estava por trás desta busca era eu.

ZH – Qual o seu equipamento?

Sampaio – Tenho todo o tipo de comunicação. Ondas curtas (HF), VHF, UHF e via satélite. Em uma sala de mais ou menos 20 metros quadrados de casa tenho computadores, rádios, amplificadores de potência. Na rua, são três torres com antenas, uma de 18 metros e duas de 24 metros.

ZH – E o que o senhor fez?

Sampaio – Pela manhã enviei comunicado aos barcos de pesca próximos à região. Relatei o evento e pedi atenção a qualquer destroço no oceano. Em seguida, entrei em contato com o Salvaero, de Recife, responsável pelas buscas, e pedi as frequências dos aviões de busca. Quando aeronaves e controles de terra estão falando bem, fico só na escuta. Auxilio na comunicação quando eles perdem o contato.

ZH – Foi o caso de hoje (ontem)?

Sampaio – Sim. Entrei em contato com o avião da marinha francesa que deixou Cabo Verde para sobrevoar a área do desaparecimento e retornou à noite para Dacar, no Senegal. Também mantive contato com três aviões brasileiros: um da Bahia, e as duas aeronaves que se deslocavam do Mato Grosso e de Natal.
Fonte: Jornal Zero Hora.

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