Com medidas do governo, consumo volta a subir e PIB cai menos do que o esperado

A série de medidas adotadas pelo governo Lula para enfrentar os efeitos da crise econômica internacional no país – como redução de impostos, aumento do salário mínimo, queda nos juros e ampliação dos programas sociais – fizeram com que o consumo das famílias voltasse a subir e frearam a redução do PIB no primeiro trimestre deste ano, que caiu 0,8%. A previsão dos analistas era de que a queda ficaria entre 1,8% e 3,8%.

O consumo das famílias teve crescimento de 0,7%, após variação negativa de 1,8% no trimestre anterior. Os gastos do governo subiram 0,6%.

Também na comparação com o quarto trimestre, a maior redução ocorreu na indústria (-3,1%), seguida pela agropecuária (-0,5%), enquanto os serviços apresentaram elevação de 0,8%. Os componentes do setor externo também apresentaram queda. As exportações de bens e serviços recuaram 16% e as importações 16,8%.
2º trimestre melhor
O resultado global – dois meses consecutivos de queda – indica que o país entrou em recessão técnica no primeiro trimestre, mas tanto analistas como o governo acreditam que o PIB volte a registrar taxas positivas a partir de agora.

A força dessa expansão deve ser a mesma que começou a melhorar no primeiro trimestre: o consumo, tanto das famílias quanto do governo.
"O consumo das famílias deve ser o fator principal de expansão do PIB nos próximos trimestres. No fechamento do ano, o consumo deve encerrar com alta de 1,56%. Se compararmos com o crescimento de 5,4% do ano passado, é uma desaceleração forte. Porém, não chegará a uma queda justamente pelo auxílio das medidas do governo e da melhora na liberação do crédito bancário", diz Marcela Prada, analista da Tendências consultoria.
A projeção para o PIB no final do ano voltou a melhorar, segundo o boletim Focus desta semana. O documento mostra que os analistas esperam que a economia brasileira termine 2009 com retração de 0,71%. Na semana anterior, a estimativa era de queda de 0,73%.
PIB no mundo
Entre os páises que já divulgaram os resultados do PIB do primeiro trimestre em comparação com os três meses imediatamente anteriores, o resultado do Brasil pode ser considerado um dos melhores. Atrás da economia brasileira, por exemplo, aparecem a Letônia, com queda de quase 30%, os Estados Unidos, com recuo de 5,7%, e o Japão, com retração de 4%.
Melhor que o Brasil, está a Coreia do Sul, com pequena alta de 0,1%.