sábado, 4 de julho de 2009

Já fiz o dever de casa. Quem puder ler o documento que o faça. É interessante.

Mercado de trabalho formal cresce e indústria começa a recompor estoques

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou nesta quinta-feira, dia 2, a Carta de Conjuntura de junho.

O documento, que analisa o nível de atividade econômica, emprego, inflação, setor externo, finanças públicas e crédito e mercado financeiro, revela a tendência de superação da economia brasileira após a pior fase da crise mundial. "Podemos tratar da velocidade dessa recuperação, mas sua existência já é bastante clara neste momento, em todas as variáveis", afirmou o diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, João Sicsú.

Alguns números que respaldam essa tendência estão na Carta de Conjuntura. O mês de maio manteve a trajetória de crescimento do mercado de trabalho formal no Brasil. O saldo de emprego total ficou positivo, com a criação de 131,5 mil postos de trabalho. Os estoques das indústrias começaram a se recuperar, assim como o nível de utilização da capacidade. O saldo comercial tem melhorado, e a inflação segue em queda.

A divulgação da Carta de Conjuntura foi transmitida on-line pelo site www.ipea.gov.br, e jornalistas puderam enviar perguntas pelo e-mail coletiva@ipea.gov.brEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email . O Instituto vai disponibilizar constantemente na internet o link das transmissões de seus eventos, de forma a ampliar a disseminação dos conhecimentos produzidos pelo Ipea.

De acordo com Sicsú, a queda do PIB no último trimestre de 2008 e no primeiro de 2009 é também resultado da política monetária implementada pelo Banco Central no ano passado, quando as taxas de juros foram elevadas. "O normal é que isso tenha impacto sobre a taxa real de crescimento num período de seis a nove meses depois. Então, já era esperada a desaceleração do ritmo de crescimento, independentemente da crise", declarou.

Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Ipea, lembrou que, pelo lado da oferta, o setor que puxa a economia para baixo é a indústria. Para Messenberg, esta crise, ao contrário das anteriores no Brasil, não foi causada por choques de oferta ou endividamento - mas "basicamente pela dependência de crédito internacional". "Não temos mecanismo de fornecimento de credito doméstico que possa financiar investimento, empresas, projetos de longo prazo", afirmou. Segundo o coordenador do GAP, esse perfil de crise á mais característico de economias desenvolvidas.

Messenberg sugeriu um leve incremento nas alíquotas tributárias do setor de serviços para subsidiar a indústria, e destacou o efeito nocivo da valorização do câmbio para a dívida pública. Sicsú propôs um imposto não-arrecadatório, mas regulatório, que ajude a evitar a valorização do câmbio baseada na atração de investimento financeiro internacional. "Seria uma medida extremamente amigável, pois reduziria a atratividade financeira do País perante o mundo sem reduzir atratividade industrial e comercial que já temos. Seria um imposto sobre a entrada de capitais especulativos de curto prazo", disse.


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