quarta-feira, 1 de julho de 2009

Zelaya voltará a Honduras na quinta-feira

O presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, falando para o povo hondurenho, afirmou que regressará ao país na próxima quinta-feira (2/7), após expor na sede das Nações Unidas, em Nova York, os acontecimentos que levaram ao golpe de Estado, do qual foi vítima.

Zelaya fez a promessa após sua intervenção na reunião extraordinária de líderes do Sistema de Integração Centro-Americano (Sica) e do grupo do Rio, realizada em Manágua, capital nicaraguense.

Zelaya enfatizou que seu mandato termina em 27 de fevereiro de 2010. ''Em sete meses, a partir de hoje''.

Conclamou ao povo de Honduras, aos soldados e a todos os que acreditam nele que o aguardem ''porque na quinta-feira retornarei a Tegucigalpa. O presidente que o povo escolheu voltará ao país''.

''Voltarei por vontade própria, com a proteção de Cristo e do povo. Voltarei a meu país e pedirei à OEA (organização de Estados Americanos) que me acompanhe, e aceito a companhia de todos aqueles que quiserem me acompanhar. Isso é um convite feito por um chefe de Estado e não por ingerência em assuntos internos'', anunciou.

Zelaya também conclamou os grupos ''desestabilizadores'': ''estejam seguros os grupos de poder virtuais, os meios de comunicação, as Forças Armadas, estejam ou não de acordo, o presidente hondurenho regressa a seu mandato para culminar a gestão presidencial dentro de Honduras, durante os próximos sete meses que faltam'', discursou.

Zelaya aproveitou a oportunidade para agradecer ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, por estar entre os países que retiraram seus embaixadores de Honduras, ao mesmo tempo que elogiou as ações tomadas pelo México, ao resgatar do sequestros a chanceler hondurenha Patricia Rodas, que foi desterrada pelos golpistas para o território mexicano.

No mesmo sentido, sobre o governo dos Estados Unidos, afirmou que ''se portou muito bem, em suas declarações, tanto o presidente Obama, como a secretária de Estado Hillary Clinton e o embaixador dos EUA em Honduras, que se pronunciaram de modo enfático que não reconheceriam nenhum outro presidente que não fosse Manuel Zelaya, ratificando assim seu apoio ao sistema democrático'', completou

Viagem acompanhada

Além da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, Manuel Zelaya também será acompanhado por Miguel D'Escoto, presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, na viagem de retorno que fará na próxima quinta-feira para Tegucigalpa. Além destes, Zelaya também será acompanhado por José Miguel Insulza, secretário-geral da OEA.

A informação foi dada pelo embaixador da Venezuela perante a Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton, em um contato com a emissora Venezolana de Televisión. Além disso, Chaderton assinalou que os embaixadores da OEA estão preparando um documento contundente contra o golpe de Estado em Honduras.

Chaderton disse que o projeto de resolução da OEA enfrenta um viés burocrático, ''que nós, embaixadores, estamos enfrentando. Queremos que expresse ao menos o mesmo nível de intensidade e compromisso expressado por mecanismos internacionais como a Caricom (Comunidade do Caribe), a Unasur (União de Nações Sul-americanas) e o Grupo do Rio”.

“Estamos endurecendo o texto e radicalizando o projeto, inclusive estamos incluindo o tema da mídia, que está cercada e não informa o que acontece'', continuou.

Chaderton destacou que tem sido alarmante o papel que assumiu a cadeia de notícias CNN em espanhol, que não chama o que aconteceu em Honduras como golpe de Estado, mas denomina o fato de ''sucessão forçosa''.

O embaixador da Venezuela na OEA lembrou que a CNN em Espanhol é dirigida por cubanos anticastristas e colombianos favoráveis aos grupos paramilitares do país.

''A CNN está controlada por cubanos anticastristas e colombianos simpatizantes de paramilitares, que tratam de ocultar o que acontece no mundo'', afirmou.

''Queremos que a OEA saia dessa linguagem burocrática. Essa organização está começando a parecer com o que se está passando no continente. Estamos em uma época de mudanças'', sustentou Chaderton.

Resolução eleva dignidade

O presidente constitucional hondurenho, Manuel Zelaya, afirmou que a resolução da ONU tomada nesta terça-feira ''eleva fortemente a dignidade dos povos de Honduras e do resto do mundo''.

Zelaya manifestou seu reconhecimento ao organismo como instrumento para defender a democracia e a liberdade: ''Meu aplauso hoje para esta organização, garantia da democracia hoje no mundo''.


Agência Bolivariana de Notícias (ABN)

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