terça-feira, 7 de julho de 2009

Lula recebe prêmio da paz da Unesco e vai ao G8 defender G20

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta terça-feira (7) em Paris o Prêmio Félix Houphoët-Boigny, oferecido pela Unesco a personalidade de destaque na luta pela paz. Lula irá à sede da Unesco depois de encontrar-se com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a entrega do prêmio será assistida pelo primeiro-ministro português José Sócrates. De Paris, o presidente brasileiro segue para a Itália, onde parricipa como convidado da cúpula do G8 – embora não faça segredo de sua preferência pelo G20, que inclui os maiores países em desenvolvimento.

Também nesta terça, Lula concederá uma entrevista coletiva para promover a candidatura do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, antes de uma reunião com Sarkozy. E será publicada em jornais regionais brasileiros a primeira coluna semanal da série O Presidente Responde. Segundo a Secretaria de Imprensa da Presidência, a coluna visa criar um canal de comunicação "mais direto" entre Lula e a população.
A reunião de Lula com Sarkozy deve abordar a reforma do Conselho de Segurança da ONU, para que passe a incluir os países emergentes, e mudanças no estatuto do Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o mesmo sentido. Os presidentes do Brasil e França também se encontraram antes da última cúpula do G20, em abril, para articular suas condutas.

Maior prêmio da paz depois do Nobel
O prêmio da paz da Unesco, tido como o mais importante depois do Nobel, tomou seu nome de Félix Houphouët-Boignydo (1905-1993), sindicalista e líder da independência da Costa do Marfim. Lula será o primeiro latino-americano a recebê-lo.
Criado em 1989, o prêmio já foi entregue a figuras como os ex-presidentes Nelson Mandela (África do Sul), Shimon Peres (Israel) e Jimmy Carter (EUA), ao 1º ministro de Israel, Yitzhak Rabin, e ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat - todas personalidades também contempladas com o Prêmio Nobel da Paz.
O contemplado do ano passado com esse prêmio foi o ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari, também ganhador do Nobel da Paz 2008.
A premiação é um reconhecimento pelo "trabalho em prol da paz, diálogo, democracia, justiça social e igualdade de direitos, assim como pela inestimável contribuição à erradicação da pobreza e à proteção dos direitos das minorias", explicou a Unesco em um comunicado.
Ao anunciar a premiação, o ex-presidente de Portugal, Mário Soares, integrante do júri da Unesco, declarou que Lula fora escolhido “por suas ações em busca da paz, do diálogo, da democracia, da justiça social e da igualdade de direitos, assim como por sua valiosa contribuição para a erradicação da pobreza e a proteção dos direitos das minorias”.
Convidado crítico na cúpula dos ricos
De Paris Lula viajará ainda na terça-feira para Roma. Em L'Aquila, pequena cidade no centro do país, ele participará na cúpula do G8, que reúne os sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia, enquanto potência nuclear. Mas antes Lula se reúne com os demais governantes do G5 (México, Índia, África do Sul e China).
O presidente do Brasil também tem encontros bilaterais marcados com o presidente mexicano Felipe Calderón, a chanceler alemã Angela Merkel e com os primeiros-ministros do Japão, Taro Aso, e da Suécia, Fredrik Reinfeldt.
Lula participa do G8 com uma mensagem de que "na verdade o grande fórum de discussões das questões econômicas deveria ser o G20". Foi o que ele disse no programa de rádio Café com o Presidente desta segunda-feira (6), quando defendeu o fórum mais amplo, que inclui o G8 mas também as maiores nações em desenvolvimento.
"Eu estou vendo pouca coisa acontecer por parte dos países ricos, na ajuda que deveriam dar. Nós precisamos cobrar as coisas que nós decidimos que o FMI iria fazer, que o Banco Mundial iria fazer, e acho que essa reunião é extremamente importante. E nós, obviamente, que vamos querer discutir a questão da segurança alimentar com muito mais ênfase", cobrou Lula.
A reunião de L'Aquila será a primeira cúpula do G8 desde que a crise econômica mundial atingiu sua jase agida. Já o G20 reuniu-se duas vezes, em novembro, nos Estados Unidos, e em abril, na Inglaterra, e tem uma terceira cúpula marcada para Nova York, em setembro, paralelamente à Assembléia Geral da ONU. Países como o Brasil pressionam para que o G20 substitua na prática o G8, visto como um fórum ultrapassado, que foi incapaz de prever ou prevenir a crise.

Fonte: www.vermelho.org.br

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