sexta-feira, 27 de março de 2009

Pesquisas e a indução ao erro



Mais uma pesquisa datafolha que avalia algumas administraçôes municipais foi divulgada ontem. Tenho algumas perguntas em torno da mesma. Não sou casuísta e não critico pesquisa só quando acho que ela está sendo negativa para meus interesses, como não comemoro além do necessário quando acontece o contrário. Parece clichê, mas “pesquisa é um retrato do momento”. Como uma "fotografia" do momento e por vivermos numa democracia, acho legitimo avaliar, criticar, elogiar, discordar das metodologias sempre que achar que a "fotografia" não foi "revelada" de forma correta, fazendo com que a leitura de uma dada realidade seja deturpada.
Vamos às perguntas. Avaliar como melhor ou pior em conjunto composto por 26 prefeitos de capitais somente nove administrações de capitais não seria reduzir demais o número de prefeitos (as) avaliados? Podem responder “são as maiores cidades”. Concordo, no entanto quando eu digo “o prefeito ou a prefeita está em entre os melhores ou os piores do Brasil”, estou falando de nove em 26. Os nove podem ou não ser melhores ou piores que os outros 17 não pesquisados. Imaginem o que acontece na divulgação dessas informações pelo país afora pelos que a repercutem imparcialmente, livre e com a liberdade de imprensa perfeita e impecável como a nossa. “Fulano é o melhor prefeito do Brasil, ou o pior”. Na divulgação do instituto se explica que foram nove as capitas pesquisadas. Na imparcial, livre e democrática comunicação brasileira permeados por interesses dos mais diversos imaginem como é feita a farra da divulgação interpretada com todo o cuidado e zelo de explicar que existem quatro prefitos(a) colocados com 5,8 e um é melhor e ou pior que o outro. Pior, como está sendo dada a explicação que os "dois do meio são “um mais ou menos melhor” e o outro “mais ou menos pior”.
Outra dúvida. Na pesquisa quatro prefeitos estão com a nota 5,8 que é a terceira colocação, ou seja, só dois superam esse índice com 7,8 e 6,2. Pergunto não estariam os quatro na terceira colocação? Alguém pode responder: mas há um critério de desempate. Se a nota tabulada com todos os índices negativos e positivos resultam em uma nota média (no caso 5,8). A margem de erro como é aplicada? Como o critério de desempate não é objetivo com números iguais? No caso 5,8?
Como se passa a informação pode ser o diferencial em casos como esses. O argumento sempre foi assim, sempre será não serve é senso comum. Façam uma pesquisa como os 26 prefeitos e prefeitas e divulguem a pesquisa com a média resultante, caso contrário a credibilidade desse importante instrumento sociológico cairá cada vez mais no conceito de quem analisa com cuidados os dados não os manipulam ao sabor dos seus interesses.
No velho futebol o critério de desempate é o saldo de gols, gols pró, gols contra, confronto direto, vitórias e derrotas. Fatos objetivos para o desempate. Em uma pesquisa de opinião todo mundo com a mesma nota, se esquece da margem de erro que, aliás, pode puxar para cima ou para baixo. Agora os empatados em números redondos estarem em uma tabela de para mais ou pra menos é no mínimo, mal explicado.

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