terça-feira, 17 de março de 2009

Como se não bastasse o que foi feito com o país vizinho na chamada guerra do Paraguai, mais um erro grave.


Livro didático distribuído por Serra tem dois Paraguais

O material didático produzido e distribuído este ano pelo governo José Serra à rede pública de ensino possui erros geográficos que indignaram professores e alunos de Rio Preto. Na apostila do primeiro bimestre de geografia dos alunos da 6ª série do ensino fundamental, o Paraguai está localizado no lugar do Uruguai e vice-versa, no Mapa da América do Sul. Além disso, o Paraguai também aparece dentro da área geográfica da Bolívia. O mapa, impresso na página 8 da apostila, também impede que os alunos visualizem o Equador, um dos países sulamericanos que não fazem fronteira com o Brasil. Desta forma, a tarefa que pede a interpretação do mapa fica prejudicada, já que uma das perguntas feitas é justamente “quais são os países sulamericanos que não possuem fronteira com o Brasil?”

“Como o aluno vai identificar o Equador se ele sequer aparece neste mapa?”, indagou um professor de geografia ouvido pelo Diário. Segundo ele, a apostila é a única autorizada pelo governo estadual a ser aplicada em sala de aula. “A correção dos erros acaba ficando por conta do professor. É o que estou fazendo com meus alunos. Muitos deles já tinham percebido o engano também”. Não é a primeira vez que erros aparecem em apostilas distribuídas pelo Estado à rede pública. Em matéria do dia 7 de junho do ano passado, o Diário mostrou que em uma apostila que orientava professores de inglês das 8ª séries, a palavra ensino, na página 11, estava grafada com “C” (“encino”).

Outros problemas
Além de apresentar erros no mapa da América do Sul, a apostila de Geografia não agrada aos professores.
“Ela não possui texto. Assim, todo ensino fica baseado na oralidade e no conhecimento prévio do professor. Só por esta apostila, o aluno tem uma dificuldade imensa de aprender alguma coisa”, disse o professor ouvido pelo Diário. Segundo ele, por norma da Secretaria de Educação, as escolas não podem usar outro material didático. Porém, os professores acabam complementando o conteúdo da apostila com lições colhidas em outros livros. “Passo para eles copiarem na lousa o que vejo em outros materiais”. Cada apostila de geografia tem 40 páginas e é adotada bimestralmente. Assim, outras três ainda vão chegar à rede pública de ensino.

Secretaria de Educação
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que os erros na apostila de Geografia já haviam sido identificados e informados aos professores de toda rede; por isso, o material não será trocado. Segundo a Secretaria, os erros ocorreram na impressão e que uma errata foi disponibilizada no site www.educacao.sp.gov.br. O órgão alega que os cadernos são materiais complementares aos livros didáticos e não os únicos materiais de trabalho. O Diário tentou acessar a nota de correção, mas não conseguiu encontrá-la no site citado.

Publicado no Diário da Região de São José do Rio Preto (SP)
Do site: www.pt.org.br

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