segunda-feira, 27 de abril de 2009

Dois pesos e duas medidas?

Os episódios relacionados abaixo não viraram "novelinhas" na nossa grande mídia.O que houve para tamanho silêncio?


1.A possível contratação irregular de um jatinho pelo gabinete do senador Tasso. Já pensaram se tivesse sido com alguém da esquerda. Milhares de entrevistas,cópias de notas, opinião de funcionários. Um turbilhão de fatos sem ter nenhuma relação com o episódio durante dias na mídia.

2. O número exagerado de faltas de alguns deputados federais nas atividades da Câmara Federal.

3. O encontro regional com cara de “campanha antecipada” feita em Iguatu pelo tucanato com o auspício do prefeito Agenor Neto do PMDB .
Pode não ter sido um ato de campanha antecipada,acho legítimo os partidos realizarem seminários e encontros. Se não fazem são criticados por só aparecerem em ano eleitoral se fazem é campanha antecipada. Não é fácil julgar o que é campanha antecipada. Em outra postagem sobre programa eleitoral de rádio e tv, já conversamos sobre essa difícil decisão que cabe a justiça eleitoral. No caso de Iguatu, acho que as características do evento foram de campanha antecipada mesmo.
Imaginem desfilando em carro aberto do aeroporto para o local da atividade partidária parlamentares, quadros públicos, dirigentes, gestores da esquerda. Era "novela" para mais de ano.

4. Pedido de afastamento da cúpula do tucanato patativense¹ de alguns dos seus importantes dirigentes. Imaginem isso na Executiva Estadual do PT.

5.Paraguai fora do mapa em livro produzido pelo governo de São Paulo. Imagina isso acontecendo (erro passível de acontecer) na gestão de um petista.

6. Parte da bancada do PSDB questionando alguns aspectos do hospital para atender a população da Região Metropolitana de Fortaleza. Imagina alguém da bancada do PT perguntando pelo menos pela cor da parede do hospital.


Chamo de "novelinhas" as matérias repetidas varias vezes sobre temas já vencidos, explicados, esclarecidos, mas considerados “polêmicos” e "boa pauta". Na maioria das vezes as polêmicas são artificiais e alimentadas por quem deseja desestabilizar ou desqualificar um determinado adversário político. Tais roteiros pululam e é pratica recorrente em setores da imprensa brasileira. Uma observação importante. Quando o episódio gerador da "novelinha" envolve as esquerdas, os movimentos sociais,os gestores e parlamentares do campo democrático e popular ela é de longa duração, às vezes chega a durar meses. Em episódios análogos que envolvem a direita e seus representantes não encontramos a mesma quantidade de capítulos ou e as vezes não temos nem o primeiro capítulo.
Divulgar, apurar , fazer milhares de matérias sobre os episódios que envolvem denúncias, irregularidades é legitimo e democrático desde que feito com seriedade e responsabilidade. O “dois pesos e duas medidas” observados nos exemplos acima e em outros é que achamos ser uma enorme contradição.


1. Ao invés de alencarino tenho usado o termo patativense para designar o povo cearense . Numa clara alusão ao maior poeta popular do planeta, o cearense Patativa do Assaré. José de Alencar é indubitavelmente um dos maiores escritores do país, tem o mérito de descrever o Brasil por toda sua obra de forma inigualável. Sou da opinião que Patativa representa melhor o vanguardismo, a rebeldia e o sangue libertário que corre nas veias do povo guerreiro do Ceará. José de Alencar era muito conservador, defendeu a monarquia (que acho símbolo máximo de modelo político conservador) e já trazia em seu pensamento político, uma dose de anticomunismo.

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