sábado, 25 de abril de 2009

"Bate-boca" no Supremo. A democracia agradece











Diferente de muitos, achei o episódio envolvendo o Supremo esta semana positivo, realista e importante para nossa consolidação democrática. Não vi nada de mais e não faço coro com setores que ajudam na manutenção do status quo, colocando o episódio como “um absurdo”, um “bate-boca de esquina” etc. Ledo engano de quem pensa assim.
O importante é compreender o que de fato significou esse momento histórico não só para o “mundo” da justiça mas do próprio Brasil.
Alguém tem dúvida de que na discussão chamada erradamente por falsos moralistas ou “inocentes” que acreditam na neutralidade da justiça , inclusive progressistas de “bate-boca”¹ no Supremo se evidenciou a divisão entre dois Brasis? De um lado o Brasil escravocrata (última elite do planeta a ceder a luta dos escravos por liberdade), elitista, racista, patrimonialista, machista, homofóbica, reacionária, autoritária e violenta representada por Gilmar Mendes. Do outro lado o Brasil das ruas, do povo, das suas lutas por justiça, por dignidade e contra a opressão secular cujo Gilmar Mendes é apenas um num conjunto de vários dos seus representantes na política, na mídia e no aparato judicial. É essa a disputa de rumos em curso no país que terá em 2010 um momento decisivo. Mesmo que o ministro Joaquim Barbosa não tenha agido de caso pensado e é possível que não. O que de fato está na raiz do condenado “bate-boca” de senhores e senhoras que deveriam se postar educadamente é a própria formação socaial do Brasil e as suas duas faces os seu dois Brasis. Postar-se educadamente é dever, esconder em qualquer instituição principalmente a justiça a divisão social e de classes que queiramos ou não existe na sociedade é no mínimo ingenuidade. E você de que lado está? E cá para nós, achei o debate muito foi respeitoso.
Antonio Carlos de Freitas

Charge tirada do blog http://www.vermelho.org.br/

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