sexta-feira, 17 de abril de 2009

Cuba. Será o fim do bloqueio?



Crise mundial e fim do bloqueio a Cuba devem pautar Cúpula das Américas
Começa neste sábado (18), em Porto de Espanha, capital de Trinidad e Tobago,a 5ª Cúpula das Américas, com a presença confirmada de 34 chefes de Estado e de governo do continente. A crise internacional e seus efeitos sobre a América Latina, além da reinserção de Cuba no sistema interamericano, estão entre os principais itens da reunião que se encerra no domingo (19). Além disso, a cooperação regional em matéria de energia destaca-se na agenda do encontro da ilha caribenha.

A única ausência da cúpula é de Cuba – o país foi expulso da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1962, três anos após Fidel Castro chegar ao poder. Mas a expectativa das delegações que já chegaram a Trinidad e Tobago é de que o presidente norte-americano, Barak Obama, ouça o clamor da região para que seja suspenso o bloqueio dos Estados Unidos a Havana. O governo brasileiro tem atuado para que sejam normalizadas as relações entre EUA e Cuba.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Trinidad e Tobago na tarde desta sexta-feira (17). Ele vai participa neste sábado de encontro com os presidentes Barak Obama e dos 12 países que integram a União das Nações Sul-americanas (Unasul). O pedido foi feito por Obama à atual presidente da Unasul, a presidente do Chile, Michelle Bachelet. Em debate, a crise mundial, o protecionismo comercial, as desgastadas relações dos EUA com a América Latina e o embargo cubano.

Apesar de considerar positivos os passos dados pelos EUA para melhorar as relações com Cuba, o presidente Lula continua a classificar o bloqueio à ilha caribenha como uma “anomalia” no atual cenário internacional.

“O presidente Lula considera a manutenção do bloqueio a Cuba uma anomalia no ambiente internacional, que há muito tempo superou a confrontação da Guerra Fria [disputa entre EUA e União Soviética pela hegemonia mundial, entre o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da década de 1990], sobretudo considerando que no momento atual todos os países da América Latina e Caribe têm relações com Cuba”, afirmou o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach.

Ainda conforme Baumbach, as ações dos Estados Unidos indicam maior “boa vontade” e “passo inicial” para o fim do embargo econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba em 1962.

Na última segunda-feira (13), o governo de Barack Obama anunciou a queda de restrições a viagens a Cuba e de envio de dinheiro de cubanos e norte-americanos ao país caribenho.

Para o embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), Osmar Chohfi, a reunião da Unasul, marcada a pedido de Obama, reforçará o sinal de novos tempos nas relações entre os EUA e o resto do continente.

"É óbvio que essa cúpula proporciona uma nova oportunidade de diálogo, e eu acho que o presidente Obama não vai se constranger. Vai ser um diálogo firme, mas será um diálogo respeitoso. Eu acho que haverá o reconhecimento por parte deles que hoje nós temos uma região, que busca a consolidação da sua democracia através de caminhos que são decididos nacionalmente. Na verdade, eu creio que é uma demonstração da riqueza das instituições da nossa região. E não creio que haja qualquer diálogo que possa constranger qualquer um dos chefes de Estado presentes", disse o embaixador.
Do site:www.pt.org.br

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