Será lançado nesta quarta-feira (9), em São Paulo, o livro Terceirização no Brasil: do discurso da inovação à precarizaçãodo trabalho (atualização do debate e perspectivas), que tem como organizadores Denise Motta Dau, Iram Jácome Rodrigues e Jefferson José da Conceição.
A publicação é resultado do esforço de sindicalistas e assessores sindicais da CUT, em conjunto com pesquisadores de diversas universidades e gestores públicos, que aceitaram refletir sobre um tema que tem influência significativa sobre o mundo do trabalho.
O lançamento ocorre das 18h30 às 21h3o na Livraria Martins Fontes (Av. Paulista nº 509, próximo à Estação Brigadeiro do Metrô).
Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, a secretária de Relações do Trabalho, Denise Motta Dau, uma das organizadoras da publicação, falou sobre o conteúdo e o lançamento da obra.
Leia a íntegra da entrevista:
Foi consenso que a terceirização traz a precarização e que este processo vai diferenciando e fragmentando os contratos de trabalho e consequentemente a fragilização da organização sindical. O livro traz argumentos que desmascaram o mito da terceirização para o trabalho especializado. Vários exemplos são citados com a mesma prática na atividade fim da empresa. Através do estudo fica impossível não enxergar que ela serve somente para precarizar as relações de trabalho. Os textos publicados trazem exemplos concretos de discriminação e diferenciação entre os trabalhadores contratados e terceirizados (texto de abertura) não só do ponto de vista macro de relações de trabalho, mas de questões básicas como acesso refeitório, vestiário, cesta básica, vale alimentação de trabalhadores no mesmo local de trabalho.
A terceirização se articula com o debate que a CUT faz sobre a Democratização das Relações de Trabalho. O debate de regulamentar a terceirização traz a importância dos sindicatos se colocarem como protagonistas no processo e representar este segmento de trabalhadores. Para isso, precisamos de uma legislação que assegure igualdade de direitos e obrigue o empresariado a negociar com as entidades sindicais, o que ajudaria em muito a democratizar um pouco as relações de trabalho no Brasil.
Sem dúvida. Além de promover a reflexão sobre o tema, reunimos informações importantes e bastante atuais sobre o posicionamento dos atores diretamente envolvidos nos processos de terceirização - trabalhadores, empresários e poder público, juntamente com diretrizes de ação que visam reverter a enorme precarização advinda do avanço da terceirização por todos os setores produtivos. Esperamos que livro contribua para avançar na concretização dos três eixos da nossa estratégia que são a organização e a representação dos trabalhadores; a negociação coletiva e regulamentação da terceirização e, também, para dialogar outros segmentos da sociedade que tratam do tema do trabalho.
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