sexta-feira, 19 de março de 2010

A mudança de rumo na polítca cearense.

Luizianne, do susto das elites à consolidação de uma gestão democrática e popular em Fortaleza.

Por essa as elites cearenses não esperavam. Primeiro, a vitória extraordinária em 2004 para prefeitura de Fortaleza - uma das maiores capitais do país - derrotando todo o poderio das elites locais e em âmbito estadual (PSDB e DEM) e, ainda, um modelo não menos elitista que governou a capital por quase 20 anos.
A “era Tasso” fez com que milhares de irmãos e irmãs deixassem o interior sem perspectiva de emprego e qualidade de vida, em direção à capital que acolheu a todos sem nenhuma estrutura básica e proteção necessária para uma metrópole do nosso porte.
Foi a rejeição ao modelo elitista, concentrador de renda e neoliberal, combinado com as mudanças de rumos no país com a eleição do presidente Lula/PT que formou o ambiente da vitória de Luizianne em aliança com o PSB. O povo identificou-se com a ousadia de uma jovem militante de esquerda, socialista e radical; na correção que o termo merece.
Tentando se refazer do susto e subestimando a força do povo, a elite apostou na inexperiência da jovem geração de esquerda em conduzir uma máquina pesada e feita para não servir ao povo que era a estrutura administrativa da capital cearense. Apostou no caos, no desgaste por inércia da gestão Fortaleza Bela, além de uma forte utilização de ações deseducativas na mídia e um modelo de oposição desqualificado e despolitizado.
Para surpresa de alguns e principalmente da nossa elite, não se repete em Fortaleza o ocorrido em meados dos anos 80. Ou seja, a não consolidação da primeira experiência de esquerda na gestão municipal, cujo sucesso poderia ter evitado a longevidade do período neoliberal em terras patativenses, tornando-se um pólo alternativo à lógica do “estado mínimo” em sua versão local.
O administração Fortaleza Bela inova no modo de governar a cidade, inverte prioridades, chama o povo para participar da construção de uma cidade mas justa e democrática. O Orçamento Participativo é uma realidade, o diálogo permanente com os movimentos sociais é uma marca. Assim como o fortalecimento do controle social dos conselhos, com realização de conferências, encontros, congressos que define com ampla participação popular as ações prioritárias que ajudam a minimizar os efeitos desagregadores do capitalismo em uma população de mais de dois milhões e quinhentos mil habitantes.
Temas nunca tratados tornam-se prioridades e políticas públicas por significarem a relação cotidiana das pessoas com a cidade em oposição à lógica tradicional e elitista da segregação, do preconceito e da criação de duas cidades, uma para os ricos, outra para os pobres. Juventude, negros, mulheres, idosos, crianças, portadores de necessidades especiais passaram a ser tratados como merecem e hoje colaboram com a construção desta vanguardista e importante metrópole brasileira.
Cuca, transporte escolar (inédito), Hospital da Mulher, contratação de médicos para o PSF, mais guardas municipais, mais professores, aumento real de salário, 13 planos de cargos e salários dando dignidade aos servidores públicos. Postos de saúde abertos em três turnos, mais cultura, esporte e lazer em toda a cidade, passagem de ônibus de sistema integrado mais barata do país, ousada política habitacional, diminuição das áreas de risco, mais atenção aos idosos. Reforma do PV, Transfor e tantas outras ações que seguem na contramão da tese do “estado mínimo” e concentrador de renda que quase levou o país à bancarrota.
Portanto, fatos como vitória de Luizianne/PT, a vitoriosa primeira gestão Fortaleza Bela, a reeleição em primeiro turno em 2008, a aliança programática e com a base progressista aliada do governo Lula e a atual consolidação da segunda gestão, alteraram a rota de como as elites pensaram em conduzir o estado do Ceará. A esquerda cresceu no Estado o PT governa, alem da capital, mais 14 importantes cidades.
O governo Cid (transição ainda inconclusa do neoliberalismo para um outro modelo de desenvolvimento) é fruto do deslocamento de setores que até participaram em alguns momentos do projeto anterior mas, de maneira louvável, deslocaram-se para o campo democrático e popular, apoiando o governo Lula.
É importante percebermos que estamos iniciando uma transição da “era Tasso” para este novo modelo. Essa transição será mais acentuada na medida em que consolidarmos as forças de esquerda elegendo a candidata do PT à presidência, indicando o vice-governador e elegendo dois senadores da base aliada do governo Lula, sendo um do PT, o nosso pré-candidato e companheiro ministro José Pimentel. Além disso, mantermos nosso engajamento com as lutas anticapitalistas, nossas alianças prioritárias com os movimentos sociais e a classe trabalhadora.
Sentindo-se novamente ameaçado, o tassismo tenta virar a transição em curso no Ceará à direita, ao neoliberalismo. Neste cenário, é nosso papel fortalecer o PT, nossas administrações e, em especial, consolidar o projeto Fortaleza Bela, continuarmos construindo dias mais democráticos e populares; desejo maior da nossa gente.
Portanto, é hora de ganharmos novamente ruas e praças na defesa do nosso projeto de sociedade. Hora de nos mantermos firmes na luta, movidos pelo sentimento mais revolucionário que pode existir: o amor pelas pessoas e o desejo de que todos e todas sejam plenamente livres.

Antonio Carlos de Freitas Souza
Vice-presidente PT-Ceará

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