segunda-feira, 29 de março de 2010
Novo endereço do nosso blog.
Gostaríamos de avisar que estamos em um novo endereço. Será um prazer receber todos e todas por lá.
www.antoniocarlospt.blogspot.com
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terça-feira, 23 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
Sarkozy sofre derrota acachapante na França
Os franceses confirmaram neste domingo seu voto contra a  direita no poder, liderada pelo presidente Nicolas Sarkozy, no segundo  turno das eleições regionais, última votação na França antes das  presidenciais de 2012, segundo as projeções dos institutos de pesquisa.
                               Após o fechamento das urnas, às 20h  (16h de Brasília), o Instituto OpinionWay informou que a União para um  Movimento Popular (UMP, direita), no poder, obteve 36,1% dos votos,  contra 54,3% para a oposição, representada pelo Partido Socialista (PS),  a Europa Ecologia e a Frente de Esquerda (liderada pelo Partido  Comunista).
 
A neofascista Frente Nacional recebeu 8,7% dos votos em nível nacional, o que permitirá um bom número de deputados provinciais ao partido liderado por Jean Marie Le Pen.
 
Estes resultados confirmam o voto contra o governo Sarkozy, que enfrenta no momento o menor índice de popularidade desde o início do mandato.
 
A direita manteve a Alsácia, seu bastião no leste da França, e venceu na ilha de Reunión, no oceano Índico.
 
Mas com a vitória na Córsega, a oposição passa a controlar 21 das 22 regiões metropolitanas da França.
 
"Estas eleições confirmam o sucesso da esquerda. Não soubemos convencer", disse o primeiro-ministro francês, François Fillon, após tomar conhecimento das projeções.
 
"Assumo minha parte da responsabilidade e amanhã conversarei com o presidente", lastimou Fillon.
 
Grande abstenção
 
Após tais resultados na última eleição antes das presidenciais na França, em 2012, Sarkozy deverá proceder com uma ampla reforma ministerial.
 
O líder da UMP, Xavier Bertrand, também reconheceu a ampla vitória da oposição: "a esquerda ganhou estas eleições, precisamos admitir isto".
 
Jean Francois Copé, presidente do bloco governista de senadores, classificou o resultado de "derrota real".
 
A primeira secretária nacional do PS, Martine Aubry, disse a Sarkozy, nesta noite, que "mude profundamente de política".
 
"Os franceses falaram, é preciso ouvi-los", declarou a líder do PS no discurso de vitória, durante a apuração dos votos.
 
O prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, do PS, considera que o resultado foi "muito negativo" para o governo, que "precisa corrigir sua política".
 
Uma das grandes vitoriosas deste domingo foi Ségolène Royal, do PS, que em sua região de Poitou Charente, no centro do país, obteve mais de 60% dos votos, o que lhe habilita a se apresentar novamente como candidata à presidência.
 
Segundo Ségolène, estes resultados "mostraram o papel de trampolim das regiões contra a ineficiência". A socialista prometeu "fazer todo o possível para transformar esta esperança em ação".
 
O índice de abstenção, estimado em entre 47,5% e 49%, foi inferior ao registrado no primeiro turno, de domingo passado (53,6%), e este aumento de participação permitiu à direita evitar um desastre maior.
 
No total, 43,5 milhões de franceses foram convocados para eleger neste domingo 1.839 deputados provinciais para um mandato de quatro anos.
 
A neofascista Frente Nacional recebeu 8,7% dos votos em nível nacional, o que permitirá um bom número de deputados provinciais ao partido liderado por Jean Marie Le Pen.
Estes resultados confirmam o voto contra o governo Sarkozy, que enfrenta no momento o menor índice de popularidade desde o início do mandato.
A direita manteve a Alsácia, seu bastião no leste da França, e venceu na ilha de Reunión, no oceano Índico.
Mas com a vitória na Córsega, a oposição passa a controlar 21 das 22 regiões metropolitanas da França.
"Estas eleições confirmam o sucesso da esquerda. Não soubemos convencer", disse o primeiro-ministro francês, François Fillon, após tomar conhecimento das projeções.
"Assumo minha parte da responsabilidade e amanhã conversarei com o presidente", lastimou Fillon.
Grande abstenção
Após tais resultados na última eleição antes das presidenciais na França, em 2012, Sarkozy deverá proceder com uma ampla reforma ministerial.
O líder da UMP, Xavier Bertrand, também reconheceu a ampla vitória da oposição: "a esquerda ganhou estas eleições, precisamos admitir isto".
Jean Francois Copé, presidente do bloco governista de senadores, classificou o resultado de "derrota real".
A primeira secretária nacional do PS, Martine Aubry, disse a Sarkozy, nesta noite, que "mude profundamente de política".
"Os franceses falaram, é preciso ouvi-los", declarou a líder do PS no discurso de vitória, durante a apuração dos votos.
O prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, do PS, considera que o resultado foi "muito negativo" para o governo, que "precisa corrigir sua política".
Uma das grandes vitoriosas deste domingo foi Ségolène Royal, do PS, que em sua região de Poitou Charente, no centro do país, obteve mais de 60% dos votos, o que lhe habilita a se apresentar novamente como candidata à presidência.
Segundo Ségolène, estes resultados "mostraram o papel de trampolim das regiões contra a ineficiência". A socialista prometeu "fazer todo o possível para transformar esta esperança em ação".
O índice de abstenção, estimado em entre 47,5% e 49%, foi inferior ao registrado no primeiro turno, de domingo passado (53,6%), e este aumento de participação permitiu à direita evitar um desastre maior.
No total, 43,5 milhões de franceses foram convocados para eleger neste domingo 1.839 deputados provinciais para um mandato de quatro anos.
domingo, 21 de março de 2010
Hegemonia ocidental contra ditadores. Anna Malm*
O que significa hegemonia  ocidental? Quem são os ditadores à quem o Brasil se deve opor? Antes de  responder a essas perguntas vejamos as idéias que foram apresentadas  para uma alternativa Política Externa brasileira no debate “O Brasil e a  Nova Geopolítica Mundial.” O debate foi organizado pela oposição em  Brasília e a pergunta que se apresenta é se essas mesmas idéias seriam  sustentadas, por exemplo, por uma coalizão PSDB DEM PPS ou qualquer  outra coalizão com características semelhantes.
 A idéia básica apresentada no  debate é que a política externa brasileira deveria mais era apoiar e  fazer parte de uma hegemonia ocidental conquanto afastando-se de  ditadores. 
 Estava claro que em primeira  mão o Brasil deveria alinhar-se com os Estados Unidos, a União Européia e  os Estados com eles configurados, ou seja, a dita hegemonia, conquanto  afastando-se de ditadores. Deveriam estar se referindo a Uribe na  Colômbia ou a ditadura militar de Pervez Musharraf no Paquistão, mas  infelizmente esse ponto não entendi muito bem. 
 Também é um pouco difícil de  entender o que querem dizer mais especificamente como hegemonia  ocidental, a tal com a qual o Brasil deve se alinhar e seguir  piamente. Espontaneamente me pergunto se é a hegemonia responsável pelos  atos criminosos que causaram mais de um milhão de mortos assim como  cinco milhões de refugiados no Iraque, sem se ter em conta todo o  sofrimento e as tragédias causadas pelas sanções anteriores e  posteriores aos bombardeios e tudo partindo de justificativas baseadas  em calúnias premeditadas. Calúnias essas que posteriormente foram  comprovadas como premeditadas e até mesmo reconhecidas pelo próprio  acusado como tais.
 Será que querem dizer que a  hegemonia a que incondicionalmente se deve seguir é a hegemonia dos  países ditos sofisticados que estão matando e morrendo no Afeganistão?  Estarão êsses países, ou seja, a dita hegemonia, matando e morrendo pelo  bem da democracia assim como para o bem estar de todo o mundo ou para  ganhar o controle dos inúmeros depósitos de ouro, cobre, ferro, mercúrio  e chumbo existentes em abundância no Afeganistão, conforme estudos  geológicos americanos constataram em 2002 e que estudos anteriores já  nos anos 70 tinham determinado? Ou será que o interesse maior seja mesmo  o de ganhar controle da mineração dos metais raros como o Caesium,  Lithium, Nobium ou Tantalum, também conhecido como Coltam, todos lá em  depósitos de mineração? 
 Tantalum é um elemento raro  necessário para a fabricação de celulares, computadores e câmaras  digitais. Lithium é necessário para a fabricação de baterias de alta  tecnologia entrando também na mistura para a produção de metais com alto  teor de desempenho tecnológico. Nióbium entra na mistura para a  produção do aço. No final das contas nem sei se são as tais “Burkas”,  [as roupas femininas] que irritam tanto as almas sensíveis ocidentais ou  se é o gás e o petróleo que atraem, pois estes também lá estão e isso  em abundância. Morrer e matar para que as mulheres possam andar pelas  ruas de biquíni ou de tanga conquanto mostrando seus atributos  esculturais? Pode ser. Sabe se lá como gente sofisticada pensa.
 A hegemonia ocidental deve ser  preservada tal como é e aprimorada, mas eu continuo não entendendo,  porque se estivessem se referindo a hegemonia que soube manter sua  distância e seu silêncio conquanto dos massacres em Gaza isso fosse mais  do que cumplicidade passiva, seria um crime declarado. Referem-se  talvez a hegemonia que age febrilmente para enfraquecer um Irã que  poderia se pôr em condições de impedir novos semelhantes massacres  contra uma população indefesa? Um Irã que mesmo sem ser nuclear teria  eventualmente condições de impor condições de limites e restringir  futuros eventos na região?
 Para não se falar da hegemonia  que espera ter o controle dos sete mares usando para tanto sua  capacidade bélica contra um poder tão ameaçador para o ocidente como o  Yemen que por alguma aberração da natureza mostra uma incompreensível  capacidade de enganar o conjunto inteligente das nações mais poderosas  do mundo. Ou por aberração da natureza ou por milagre, sabe se lá. Fato é  que Yemen está localizado em Bab-el- Mandab, o estreito que controla a  entrada e saída de embarcações como, por exemplo, as de petróleo,  ligando o Mar Vermelho ao Oceano Índico, ou em outras palavras, um ponto  de enorme valor estratégico ficando atrás só mesmo ao estreito de  Hornuz (Irã) em valor estratégico quanto ao controle do fluxo  energético, ou seja mais uma vez o petróleo mas aqui também entram  considerações bélicas. Isso quer dizer as considerações bélicas dos que,  também por razões incompreensíveis, se sentem como donos do mundo com  todos os direitos incontestáveis que o direito de propriedade traz  consigo.
 Enfim. Pode até ser a hegemonia  das bases americanas pela terra afora que seja a tal hegemonia  ocidental a qual se referem com tanto respeito e admiração:- mil bases  militares em solo estrangeiro, mais as sete bases negociadas na Colômbia  com capacidade de alcançar qualquer rincão do nosso continente por  motivos de antiamericanismo, pobreza endêmica ou sabe se lá também o que  mais. Terrorismo talvez? Não somos nós as crianças que aprenderam que  terrorismo é um conceito relativo? Por mal das misérias essa hegemonia  ainda tem o descaramento de querer economizar na gasolina conquanto  transportando suas bombas pelo hemisfério sul, para despejá-las onde?  Parece brincadeira? Confira no exato.
 Pois bem, não consigo entender a  virtude de se apoiar ou ainda menos de seguir essa hegemonia ocidental.  Devemos estar falando da mesma hegemonia pois a meu ver não tem outra  candidata para explicar todos os fenômenos acima mencionados se não à  dita hegemonia ocidental.
 Quanto aos ditadores que eles  tinham em mente, pois certamente não era a ditadura militar de Pervez  Musharaf, amigo do peito que estava em questão, ou a administração do Sr  Uribe da Colômbia a que se referiam. Bem, aqui a situação fica  muitíssimo complicada porque os “ditadores” teimam em ficar ganhando  eleições por todo lado. Teremos talvez que mudar a nomenclatura para  agradar aos predicamentos? 
 Vejamos Venezuela e o Mandato  Democrático de Hugo Chávez por exemplo:-
 - dezembro de 1998, eleito com  56,2% dos votos
 - julho de 2000, reeleito com  59,76% dos votos
 - julho de 2000, eleições para  Assembléia Nacional, “Chávez” em maioria.
 - dezembro de 2000 eleições  municipais: 2/3 dos partidos apóiam Chávez.
 - agosto de 2004 –Referendum  Nacional – levantado pela oposição para remover
    Chávez do poder. Chávez  ganhou a partida com a conta arredondada de 60%
 - outubro de 2005 – eleições  locais e regionais por todo o país. Os apoiadores de 
    Chávez ganham as eleições em  80% dos municípios e em 22 das 20 regiões.
 - dezembro de 2006 Hugo Chávez  foi eleito por 62,87% dos votos.
 O que é isso minha gente? É uma  democracia a fazer inveja aos próprios gregos que como se sabe foram os  primeiros a conceptualizar o conceito “Democracia”.
  A hegemonia ocidental, ou  seja, a de um mundo unipolar, tem seu líder nominal, os Estados Unidos,  já com graves problemas de saúde, numa constelação de poder mantida na  marra pelo poder militar bruto. Nesse mundo unipolar os interesses norte  americanos e da união européia são mantidos, se não pela OTAN, pela  ameaça do uso dela. Isso tem que ser superado pelo poder do argumento  contra o canhão.
 E abre alas que queremos  passar, conquanto mantendo nossos direitos de negociar com quem quer que  seja que acharmos dignos de parceria. E isso num mundo multipolar, quer  dizer heterogêneo – pluralis. Em bom português um mundo dos muitos por  essa terra afora.
 *Anna Malm,  é Licenciada em Psicologia Econômica, Bacharelado em Ciências Sociais: -  Política e Economia Nacional da Universidade de Estocolmo e  correspondente do Pátria Latina na Suécia.
Lula em Israel e os sionistas da mídia
Por Altamiro Borges
A política externa do governo brasileiro, bem mais altiva e soberana, é um dos principais alvos da fúria oposicionista da mídia colonizada. Na sua visita ao Oriente Médio, o presidente Lula foi novamente motivo das críticas de alguns colunistas de aluguel – talvez influenciados por lobistas sionistas. A sua recusa em visitar o túmulo de Théodor Herzl, fundador do sionismo e inspirador das ações terroristas de Israel, foi tratada como “uma gafe”, um “erro diplomático imperdoável”.
Noblat omite e estimula a cizânia
O blogueiro oficial da Globo, Ricardo Noblat, foi um dos primeiros a alardear que “Lula provoca incidente diplomático em Israel”. A sua fonte foi o ministério das Relações de Israel, dirigido por um direitista convicto, que condenou o “desrespeito o protocolo do país”. Para instigar a cizânia, ele ainda noticiou que “Lula pretende depositar flores no túmulo de Yasser Arafat”, mas deixou de informar que também homenagearia as vítimas do holocausto. Diante das críticas que recebeu em seu blog, o irritadiço Noblat ainda desqualificou os seus leitores, tratando-os de “levianos”.
A “informação” de Noblat e de outros veículos foi totalmente tendenciosa. O governo brasileiro não cometeu “gafes” em Israel, apenas rejeitou uma manobra da diplomacia sionista, que incluiu a visita à tumba de Théodor Herzl sem prévia consulta. A mídia colonizada preferiu mentir. Nem sequer informou que vários chefes de Estado, inclusive o francês Nicolas Sarkozy, também já se recusaram a visitar o túmulo do “pai do sionismo”. A mídia evitou até criticar o gesto grosseiro de Avigdor Lieberman, ministro das Relações Exteriores, que boicotou a comitiva brasileira.
A “dupla moral” da mídia colonizada
No afã de combater a política externa brasileira, principalmente num ano eleitoral, a mídia venal preferiu ouvir raivosos sionistas, defensores do “holocausto palestino”. Ela deu pouco destaque ao contundente discurso de Lula, feito em pleno parlamento israelense, o Knesset, em defesa da criação do Estado Palestino, “independente, soberano, coeso e economicamente viável… Temos urgência em ver israelenses e palestinos vivendo em harmonia. Recusamos o mito de que estão fadados ao conflito, de que seus filhos estão condenados à irracionalidade da guerra”.
O atual bombardeio revela toda a hipocrisia da mídia colonizada. Ela prega “direitos humanos” em Cuba, mas silencia diante dos crimes dos EUA e do seu satélite no Oriente Médio. Segundo o jornalista Breno Altman, do sítio Opera Mundi, a imprensa padece de “dupla moral” ao satanizar Cuba e ao não informar que Israel “é um dos países com maior número de presos políticos no mundo, cerca de onze mil detentos, incluindo crianças, a maioria sem julgamento… Mais de 800 mil palestinos foram aprisionados desde 1948. As detenções atingiram também autoridades palestinas: 39 deputados e nove ministros foram seqüestrados desde junho de 2006”.
O lobby sionista nas redações
Breno lembra que “naquele país a tortura foi legitimada por uma decisão da Corte Suprema, que autorizou a utilização de ‘táticas dolorosas de interrogatório de presos sob custódia do governo’” e que Israel desrespeitou todas as decisões da ONU sobre partilhas dos territórios. “Mais de 750 mil palestinos foram expulsos de seu país desde então. Israel demoliu número superior a 20 mil casas de cidadãos não-judeus apenas entre 1967 e 2009. Construiu, a partir de 2004, um muro com 700 quilômetros de extensão, que isolou 160 mil famílias palestinas, colocando as mãos em 85% dos recursos hídricos das áreas que compõem a atual Autoridade Palestina”.
Diante destes fatos inquestionáveis, nada justifica as “gafes” de alguns colunistas. É sabido que os lobbies sionistas freqüentam assiduamente as redações de vários veículos, mas os jornalistas deveriam ter mais de dignidade e ética profissional no trato deste delicado tema. Daí a justificada indignação de Breno Altman contra a “dupla moral” dos meios de comunicação e dos políticos conservadores. “Nada se ouve tampouco de alguns personagens presumidamente progressistas, sempre tão céleres quando se trata de apontar o dedo acusador contra a revolução cubana”.
Noblat omite e estimula a cizânia
O blogueiro oficial da Globo, Ricardo Noblat, foi um dos primeiros a alardear que “Lula provoca incidente diplomático em Israel”. A sua fonte foi o ministério das Relações de Israel, dirigido por um direitista convicto, que condenou o “desrespeito o protocolo do país”. Para instigar a cizânia, ele ainda noticiou que “Lula pretende depositar flores no túmulo de Yasser Arafat”, mas deixou de informar que também homenagearia as vítimas do holocausto. Diante das críticas que recebeu em seu blog, o irritadiço Noblat ainda desqualificou os seus leitores, tratando-os de “levianos”.
A “informação” de Noblat e de outros veículos foi totalmente tendenciosa. O governo brasileiro não cometeu “gafes” em Israel, apenas rejeitou uma manobra da diplomacia sionista, que incluiu a visita à tumba de Théodor Herzl sem prévia consulta. A mídia colonizada preferiu mentir. Nem sequer informou que vários chefes de Estado, inclusive o francês Nicolas Sarkozy, também já se recusaram a visitar o túmulo do “pai do sionismo”. A mídia evitou até criticar o gesto grosseiro de Avigdor Lieberman, ministro das Relações Exteriores, que boicotou a comitiva brasileira.
A “dupla moral” da mídia colonizada
No afã de combater a política externa brasileira, principalmente num ano eleitoral, a mídia venal preferiu ouvir raivosos sionistas, defensores do “holocausto palestino”. Ela deu pouco destaque ao contundente discurso de Lula, feito em pleno parlamento israelense, o Knesset, em defesa da criação do Estado Palestino, “independente, soberano, coeso e economicamente viável… Temos urgência em ver israelenses e palestinos vivendo em harmonia. Recusamos o mito de que estão fadados ao conflito, de que seus filhos estão condenados à irracionalidade da guerra”.
O atual bombardeio revela toda a hipocrisia da mídia colonizada. Ela prega “direitos humanos” em Cuba, mas silencia diante dos crimes dos EUA e do seu satélite no Oriente Médio. Segundo o jornalista Breno Altman, do sítio Opera Mundi, a imprensa padece de “dupla moral” ao satanizar Cuba e ao não informar que Israel “é um dos países com maior número de presos políticos no mundo, cerca de onze mil detentos, incluindo crianças, a maioria sem julgamento… Mais de 800 mil palestinos foram aprisionados desde 1948. As detenções atingiram também autoridades palestinas: 39 deputados e nove ministros foram seqüestrados desde junho de 2006”.
O lobby sionista nas redações
Breno lembra que “naquele país a tortura foi legitimada por uma decisão da Corte Suprema, que autorizou a utilização de ‘táticas dolorosas de interrogatório de presos sob custódia do governo’” e que Israel desrespeitou todas as decisões da ONU sobre partilhas dos territórios. “Mais de 750 mil palestinos foram expulsos de seu país desde então. Israel demoliu número superior a 20 mil casas de cidadãos não-judeus apenas entre 1967 e 2009. Construiu, a partir de 2004, um muro com 700 quilômetros de extensão, que isolou 160 mil famílias palestinas, colocando as mãos em 85% dos recursos hídricos das áreas que compõem a atual Autoridade Palestina”.
Diante destes fatos inquestionáveis, nada justifica as “gafes” de alguns colunistas. É sabido que os lobbies sionistas freqüentam assiduamente as redações de vários veículos, mas os jornalistas deveriam ter mais de dignidade e ética profissional no trato deste delicado tema. Daí a justificada indignação de Breno Altman contra a “dupla moral” dos meios de comunicação e dos políticos conservadores. “Nada se ouve tampouco de alguns personagens presumidamente progressistas, sempre tão céleres quando se trata de apontar o dedo acusador contra a revolução cubana”.
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